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Bancários aprovam proposta e encerram greve

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Os bancários de bancos públicos e privados de São Paulo, Osasco e região decidiram em assembleia realizada na noite desta segunda-feira 17 de outubro, encerrar a greve - que completou 21 dias -, e aprovaram proposta apresentada pela federação dos bancos (Fenaban), após dois dias de negociação com o Comando Nacional dos Bancários. A categoria volta ao trabalho nesta terça-feira 18 de outubro.

A proposta aprovada prevê reajuste salarial entre 9% e 12%, garantindo pelo oitavo ano consecutivo aumento real, valorização maior no piso por dois anos seguidos - que pode chegar a 30% no período -, além da ampliação em até 27,18% dos valores pagos referentes à participação dos trabalhadores nos lucros resultados (PLR). O reajuste de 9% também será aplicado para demais verbas salariais como vale-refeição, cesta-alimentação e auxílio creche-babá.

“Conquistamos avanços fundamentais, que só foram possíveis graças à forte mobilização da categoria.”, diz Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários, Osasco e Região. “A ampliação de direitos trazem reflexos para toda a sociedade, fortalece o mercado interno e a economia nacional”, destaca.

A proposta apresentada na sexta rodada de negociação ao Comando Nacional dos Bancários na última sexta-feira 14, prevê ainda avanços em relação às condições de trabalho.

Segurança – Os bancos se comprometeram a acabar com o transporte de valores
por bancários, que atualmente coloca em risco a vida dos trabalhadores, expondo-os assaltos e sequestros.

Saúde – As instituições financeiras não poderão mais publicar ranking individual de metas, motivo que leva os bancários à humilhação e ao assédio moral, causa de muito adoecimento e afastamento de bancários.

Mais empregos – A proposta prevê ainda a contratação de pelo menos 5 mil novos bancários na Caixa Econômica Federal, um dos principais responsáveis pelo pagamento de programas sociais em todo o país.

Confira a proposta completa

Proposta Fenaban

Reajuste

9%

PLR

90% do salário + R$ 1.400

Adicional da PLR*

até R$ 2.800

Reajuste de 12% nos pisos, após 90 dias

Portaria

R$ 976

Escritório

R$ 1.400

Caixa**

R$ 1.900,36

Verbas

Vale-Refeição

R$ 19,78

Cesta-Alimentação

R$ 339,08

13ª Cesta-Alimentação

R$ 339,08

Aux.creche-babá

R$ 284,85

 


Aumento real –
Os banqueiros ofereceram reajuste salarial de 9%, que representa aumento real de 1,5%. “A luta dos bancários arranca aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo”, destaca Juvandia. “A média de aumento real dos 418 acordos fechados no primeiro semestre foi de 1,35%.” Esse aumento vale também para tíquetes e demais verbas salariais.

Piso – O reajuste proposto para o piso foi de 12%, aumento real de 4,30%. No caso do escriturário, passa de R$ 1.250 para R$ 1.400. “Pelo segundo ano consecutivo conseguimos arrancar na luta a valorização para o piso da categoria, acima do aumento real conquistado para os salários. Isso é muito importante para avançarmos rumo à redução das desigualdades dentro dos bancos.”

PLR maior – A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é composta por regra básica  e da PLR adicional.

Regra básica – A regra básica da PLR será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.400. Essa parte fixa, que em 2010 foi de R$ 1.100,80, será reajustada em 27,18%.
A regra determina, ainda, que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 17.220,04.

Aumento na PLR adicional – Pela proposta, o teto do valor da PLR adicional – que distribui 2% do lucro líquido – passará de R$ 2.400 para R$ 2.800, o que significa aumento de 16,66% em relação ao que foi pago em 2010.

Aviso prévio – A federação dos bancos também apresentou mudanças na indenização adicional. Se aprovada a proposta, uma nova cláusula que trata de aviso prévio proporcional será adicionada à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e está acima do que determina a nova legislação sobre o tema (Lei 12.506, de 11 de outubro de 2011). A proposta prevê que para até cinco anos de trabalho, serão pagos 60 dias de aviso prévio; de 5 a 10 anos, 75 dias; de 10 a 20 anos; 90 dias; e mais de 20 anos, 120 dias. Esse aviso é indenizado.

“Com a conquista dessa cláusula, demitir fica mais caro para os bancos. É uma alteração importante no combate à rotatividade”, explica Juvandia.

Dias parados – O Comando Nacional dos Bancários também garantiu, junto à federação dos bancos, que não será descontado nenhum dia dos trabalhadores em greve. Pela proposta da Fenaban, não haverá desconto e sim compensação dos dias parados no máximo até 15 de dezembro. A compensação poder ser feita de segunda a sexta e exceto ferido, com no máximo duas horas por dia, além jornada. Eventual saldo após esse período será anistiado.

Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São 484 mil bancários no Brasil, sendo 135 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base da categoria é primeiro de setembro.
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