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Ato pela Reforma Política na terça 4

Linha fina
Movimentos vão às ruas para cobrar do Congresso um plebiscito oficial para convocar a Constituinte Exclusiva e mudar o sistema eleitoral. Em São Paulo será no vão do Masp, às 18h
Imagem Destaque
São Paulo – O Comitê Estadual do Plebiscito Constituinte, que reúne os movimentos social e sindical, promove na terça-feira 4 um ato nacional em defesa do Plebiscito oficial Constituinte. Em São Paulo, a atividade ocorrerá no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), às 18h.

A proposta do plebiscito é a convocação de uma assembleia nacional que se realizará exclusivamente por representantes eleitos pelo povo para debater a reforma do sistema político. Isso permitirá aos brasileiros decidir sobre temas como a forma de financiamento das campanhas eleitorais e a maior participação de trabalhadores e de minorias como mulheres e negros no Congresso.

As declarações oficiais da presidenta Dilma Roussef, quando reeleita no domingo 26, sinalizaram a reforma política no centro do debate nacional para o próximo período. Contudo, deputados, senadores e veículos da grande mídia, alinhados a setores conservadores e de direita, sinalizam que não querem o plebiscito, só um referendo. Ou seja, que a população não participe da proposta, seja apenas consultada posteriormente.

Para o secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, João Batista Gomes, a partir da mobilização e da vitória eleitoral de Dilma Rousseff, grupos de direita já começaram a atuar para que os movimentos não mexam a fundo no sistema político do país. “O plebiscito é uma ameaça ao Congresso conservador, cuja maioria é de latifundiários e empresários, porque tratará de questões que darão maior autonomia e soberania ao povo brasileiro”.

Na rede social Facebook, um dos representantes do Comitê Nacional do Plebiscito, Ricardo Gebrim, afirma que a mídia tem criado uma polêmica falsa entre plebiscito e referendo. O militante chama a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) elaborada pelos partidos PMDB, PSDB e DEM, que reúne 37 projetos, de “contra reforma política”.

“Defendemos o Projeto de Decreto Legislativo que propõe convocar um plebiscito sobre uma constituinte, exclusiva e soberana do sistema político. É o que representa a nossa luta.” O PDL nº1508, de 2014, a que se refere Gebrim, foi protocolado na quinta-feira 30, na Câmara dos Deputados, com a assinatura de 185 deputados, de diferentes partidos.

Histórico – A bandeira do plebiscito constituinte nasce a partir dos protestos de junho de 2013, quando milhões de jovens indignados ocuparam as ruas do país e se manifestaram contra os problemas de infraestrutura, além do atual modelo político. Hoje, a Campanha do Plebiscito reúne 482 organizações.

Os movimentos social e sindical realizaram um plebiscito popular de 1º a 7 de setembro deste ano. A campanha arrecadou em todo Brasil 7.754.436 milhões de votos pela internet e em urnas fixas. Desse total, 97% disseram “sim” à convocação oficial. Esse número foi comemorado, pois o tema, que contou com a participação das organizações e de ativistas, foi ignorado pelos grandes meios de comunicação.


CUT – 31/10/2014
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