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Greve tem adesão de 60 mil bancários no 15º dia

Linha fina
Hoje tem nova negociação com a Fenaban às 16h
Imagem Destaque

Um balanço feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostra que 761 locais de trabalho, sendo 27 centros administrativos e 734 agências fecharam nesta terça-feira (20), décimo quinto dia de greve dos bancários, na base do Sindicato (São Paulo, Osasco e Região). Estima-se que mais de 60 mil trabalhadores participaram das paralisações.

“Vamos retomar a mesa de negociação hoje (20) com os bancos. Precisamos avançar não só nos índices, mas nas condições de trabalho. A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos que apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar sua produtividade”. disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos bancários.

Negociação - A federação dos bancos vai retomar a mesa de negociação com o Comando dos Bancários, nesta terça-feira (20). Uma reunião foi marcada para às 16h, em São Paulo. A Fenaban já apresentou uma proposta para a categoria: no dia 25/09, após cinco rodadas de negociação, o reajuste apresentado foi de 5,5% (perda real de 4%), com abono de R$ 2.500. Mas não houve mais avanços nas cláusulas sociais.


Adoecimento – O SAT (Seguro Acidente de Trabalho) é uma contribuição que as empresas pagam para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de trabalho ou doença ocupacional, referente a um percentual sobre a folha de pagamento, em alíquotas que variam entre 1 e 3% de acordo com o risco de acidentes de trabalho da atividade. Segundo a Lei 8212/91- Art. 22: A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social é de:


a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

Os bancos se enquadram entre as empresas com maior risco de acidente de trabalho ou doença ocupacional no Brasil. Mais de 18 mil bancários (18.671) foram afastados em 2013, de acordo com dados do INSS, em todo o país, um crescimento de 40,4% em relação a 2009, quando houve 13.297 afastamentos. Desse total, 27,0% são por transtornos mentais e comportamentais (como stress, depressão, síndrome do pânico) e 24,6% são por LER/Dort. Em 2014, somente entre janeiro e março do ano passado, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.


Mobilização - Data-base dos bancários é 1º de setembro. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 11 de agosto e, após cinco rodadas de negociação com a federação dos bancos (Fenaban), não houve acordo para o índice de reajuste e demais reivindicações. No dia 25/09 os bancos apresentaram proposta com reajuste de 5,5% e pagamento de um abono no valor R$ 2,5 mil. Categoria, após assembleias realizadas em todo o país no dia 01/10, rejeitou proposta e greve teve início no dia 06/10. 


Direito de greve - O direito de greve está previsto na Constituição Federal e prevê algumas exigências, como a publicação de aviso de greve em jornal de grande circulação. O Comando Nacional dos Bancários também encaminhou às instituições financeiras o calendário até a deflagração da greve (por lei, a greve deve ser aprovada em assembleia dos trabalhadores e, após isso, comunicada ao empregador com antecedência de 72 horas). Essas determinações da lei foram rigorosamente seguidas pelo Sindicato. Para o empregador, a Lei de Greve proíbe a dispensa de trabalhadores ou a contratação de funcionários substitutos durante o período de paralisação.


Dados da Categoria – O Sindicato representa os trabalhadores de São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Caucaia do Alto, Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista. Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.

Lucro - O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 36,3 bilhões, com crescimento de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancarias cresceram 11,4% atingindo o valor de R$ 55 bilhões.


Principais reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2015:
• Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real, com inflação de 9,88% (INPC)
• PLR – três salários mais R$ 7.246,82
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 788);
• 14º salário
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
• Mais segurança nas agências bancárias


Proposta Federação Nacional dos Bancos (Fenaban): dia 25/09
Pagamento de um abono no valor R$ 2,5 mil para todos os bancários e um índice de reajuste dos salários e benefícios de 5,5% (perda real de 4%).


Como é hoje:
Piso escritório após 90 dias - R$1.796,45
Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.426,76
PLR – Regra básica: 90% do salário + 1837,99 (podendo chegar a 2,2 salários) e parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores
Auxílio-refeição - R$ 572,00
Auxílio cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 431,16
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 330,71
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 282,91



Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868
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