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Bancários vivem momentos de tensão no Bradesco

Linha fina
Trabalhadores ficam confinados por quase três horas em local sem ventilação e às escuras por conta de “apagão”; Sindicato cobra providências para que futuros transtornos sejam evitados
Imagem Destaque
Jair Rosa, Redação Spbancários
27/10/2016


São Paulo – Diversas regiões da cidade de São Paulo ficaram sem energia elétrica na tarde de quarta-feira 26. O problema, que poderia ser facilmente contornado, transformou-se em verdadeiro inferno para os cerca de 400 funcionários do setor de cobrança ativa do Bradesco, instalado no Centro Empresarial Santo Amaro, na zona sul.

O “apagão” interrompeu o funcionamento das luzes e do sistema de ar-condicionado entre 14h e 17h. No entanto, como o gerador de emergência do Bradesco manteve telefones e computadores funcionando, os trabalhadores foram obrigados a permanecer no local.

“Ficamos praticamente às escuras e parecia um forno. O setor tem janelas lacradas para evitar ruídos externos. Pessoas começaram a passar mal, por problemas de pressão arterial e gestantes tiveram de ir para hospital, algumas em ambulância. Tudo porque não fomos autorizados a sair, como aconteceu com as pessoas de outras empresas que funcionam aqui”, relata uma bancária, acrescentado que foi a segunda vez que isso ocorreu em menos de dez dias. “Na outra vez a falta de energia foi por tempo menor. Mas, da mesma maneira, fomos impedidos de sair pela administração do setor. Queremos um fim nisso. Não é possível  termos de passar por situações como essas novamente.”

O Sindicato levou a queixa à direção do Bradesco nesta quinta 27. Em resposta um representante do banco disse que a gestora do local é muito competente e tinha certeza de que ela havia dado a melhor solução ao caso, mas que iria apurar.

“Não aceitamos essa situação e reivindicamos medidas concretas para que isso não volte a ocorrer”, afirma o dirigente sindical Luciano Ramos. “Estamos em época de temporais e é grande o risco de novas quedas de energia. Cobramos que as pessoas sejam dispensadas para evitar novos transtornos, já que o gerador não mantém luzes e ar-condicionado funcionando.”

O dirigente também exigiu do Bradesco que representantes do Sindicato tenham acesso ao departamento. “Impedir isso é prática antissindical, pois afronta o direito de livre organização dos trabalhadores. Além de acompanhar mais de perto a situação do setor, também reforçaremos a importância de ter uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes atuante e capaz de intervir ao lado dos bancários nesses e em outros momentos de dificuldade.”
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