São Paulo - A Diretoria de Distribuição Sudeste (Disud) anunciou através de reuniões com os superintendentes e gerentes gerais que o banco está aposentando as ferramentas de Gestão de Desempenho por Competências (GDP) e o Radar do Gestor como ferramentas de avaliação de desempenho dos funcionários.
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Segundo a diretoria, de agora em diante as análises de desempenho serão critérios definidos pelos superintendentes, de acordo com a ordem do diretor. A matéria é da Contraf-CUT.
A mesma Disud, após realizar dez descomissionamentos em um mesmo dia, também passou a transmitir em reuniões a mensagem de que essa é a nova ordem da casa. Expressões do tipo ”quem não se adequar, pede para sair" foram confirmadas por gerentes de agências de estados do Sudeste do Brasil como ditas pelo diretor da diretoria para serem repassadas aos demais funcionários.
O descomissionamento de dez trabalhadores em um único dia foi alvo de protesto organizado pelo Sindicato em setembro.
O acordo coletivo aditivo específico do Banco do Brasil, assinado entre a direção e os empregados, prevê em sua cláusula 45ª que para descomissionamento deverão ser observados três ciclos avaliatórios insatisfatórios consecutivos. O conceito da cláusula, desde a sua origem, foi de ter uma média de GDP para fazer a análise. O banco passou a divergir destes conceitos de média, alegando que com a auto avaliação e avaliação dos pares, média vai ficar alta nos critérios de desempenho considerados pelo Banco do Brasil, estes pouco claros para os avaliados. A GDP, aposentada pela Disud, prevê e deixa visível a média.
Para efetuar cortes e descomissionamentos, a diretoria passou a desconsiderar a média e usar como critério apenas uma nota insatisfatória em qualquer competência. Houve casos de funcionários com notas suficientes que foram descomissionados porque constava na sua avaliação contínua uma anotação negativa.
Dessa forma, a diretoria deixa de considerar a avaliação e considerará apenas as anotações como critério, contrariando toda a cultura de avaliação do banco desenvolvida há anos.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, “discordamos da forma como o banco tem abandonado as ferramentas de avaliação e passando a adotar critérios subjetivos e discricionários do gestor para efetuar cortes nos cargos. Lamentamos que anos de desenvolvimento e milhões de reais gastos para criar e difundir as ferramentas de avaliação sejam jogados fora de uma hora pra outra. Esperamos que o banco atenda a nossa reivindicação de instalar uma mesa de negociação sobre GDP e volte a adotar essa ferramenta como critério de avaliação, ao invés de deixar as pessoas à mercê da vontade de um superintendente ou diretor”.