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Em reunião com a Fenaban, Sindicato cobra Itaú sobre demissão em massa

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Reunião entre Sindicato, Itaú e Fenaban

Nesta quinta-feira 18, o Sindicato esteve reunido mais uma vez com representantes do Itaú, desta vez com a presença da Fenaban (federação dos bancos), para cobrar novamente a reintegração de cerca de mil bancários demitidos no dia 8 de setembro, com a justificativa de “baixa produtividade” em home office, amparada em alegado monitoramento das máquinas corporativas.

A reunião desta tarde, realizada na sede do Sindicato, foi marcada depois da entidade acionar a Fenaban (federação dos bancos) para levar o Itaú à mesa de negociação, após o banco desrespeitar o processo negocial e se recusar a rever as demissões, o que desencadeou na categoria e na sociedade uma série de debates sobre teletrabalho, monitoramento e privacidade dos trabalhadores.

“Um banco que lucra como o Itaú, mais de R$ 22 bilhões só no primeiro semestre deste ano, não pode ter uma atitude como essa. Tem que gerar emprego, ajudar a economia do país, ter transparência nos processos de contratação e desligamento. E não deixar milhares de famílias a mercê do desemprego”, diz o dirigente do Sindicato e bancário do Itaú, Maikon Azzi.

Além da reintegração dos bancários, o Sindicato cobrou do Itaú a revisão, caso a caso, da demissão de trabalhadores com deficiência ou em tratamento de saúde; transparência e respeito no processo negocial; que os bancários tenham feedback prévio e medidas de orientação antes de qualquer tipo de desligamento; e a retratação em relação a forma vexatória como o Itaú expôs os demitidos publicamente.

O Sindicato questionou o Itaú ainda sobre os inúmeros bancários demitidos que foram premiados ou promovidos pelo próprio banco, o que evidencia como o processo de avaliação foi falho.

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT; Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato; e Maikon Azzi, dirigente do Sindicato e bancário do Itaú (Foto: Seeb-SP)

Por sua vez, o Itaú mais uma vez se mostrou irredutível quanto a reintegração dos bancários e apresentou o sistema de monitoramento utilizado pelo banco, defendendo sua efetividade. Já o Sindicato confrontou a narrativa do banco com os relatos de quase 400 bancários que estiveram na plenária promovida pela entidade, que conflitam com a decisão do Itaú.

 “A postura do Itaú afetou também sobremaneira os bancários que seguem no banco, que estão apreensivos em relação a novas demissões e também ao monitoramento e a transparência de seus critérios. Queremos levar estes temas, que explodiram na categoria, para a mesa de negociação na renovação dos acordos de teletrabalho, que devem ter mecanismos para que as entidades representativas acompanhem qualquer mudança ou impacto no emprego e na privacidade do trabalhador bancário”

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

“Vamos intensificar nossas mobilizações contra esta demissão em massa promovida pelo Itaú, que ocorreu de forma totalmente arbitrária, sem qualquer diálogo prévio com o movimento sindical”, acrescenta a presidenta do Sindicato.

 “O maior banco privado do país, com lucros bilionários, não pode tratar os bancários desta forma. Seguiremos na luta em defesa dos trabalhadores demitidos de forma tão arbitrária e exigindo respeito ao processo negocial”, reforça Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.   

Uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana para que os temas abordados sejam aprofundados. Até lá, o Itaú se comprometeu a não realizar novas demissões.

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