Em negociação com o Itaú, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região conseguiu reverter demissões realizadas em setembro deste ano, quando o banco desligou mais de mil profissionais alegando baixa produtividade no home office. A prioridade da entidade foi a defesa dos trabalhadores em tratamento de doenças graves ou com algum tipo de deficiência.
Para Maikon Azzi, dirigente sindical e bancário do Itaú, as reintegrações mostram, mais uma vez, que o Sindicato é a mais importante linha de defesa dos trabalhadores. "Quando o banco usa IA para demitir, nós usamos união, coragem e luta para garantir direitos e readmissões", ressalta.
"Cada vitória só é possível porque existe uma entidade forte, organizada e ao lado dos trabalhadores. Por isso, ser sócio não é apenas contribuir, é fortalecer a luta que protege empregos, saúde, dignidade e o futuro dos bancários. Juntos, ninguém fica para trás e somos mais fortes, sindicalize-se", convida Azzi em mensagem à categoria.
Apoio que faz a diferença
Entre os trabalhadores readmitidos está um trabalhador que teve seu desligamento agravado por um diagnóstico recente de câncer. Ele relata que sempre reconheceu a importância da organização sindical e se filiou ao Sindicato desde o início de sua trajetória no banco. No entanto, nunca havia enfrentado uma situação tão grave quanto a dispensa repentina, baseada em uma suposta análise de produtividade feita por inteligência artificial.
"Quando recebi a notícia da demissão, somada ao diagnóstico da doença, fiquei totalmente perdido e mal sabia quais eram os meus direitos", conta o bancário. Buscando orientação, procurou um dirigente sindical, que o acolheu prontamente. "Expliquei minha situação, fiz a simulação da rescisão no site do Sindicato e fui instruído a aguardar, pois eles cuidariam do meu caso."
"O Sindicato conquistou a indenização coletiva, o que já foi um enorme alívio. Na sequência, a equipe de advogados me amparou, tirou todas as minhas dúvidas e tratou meu caso de doença com total atenção e dignidade", relata o profissional do Itaú.
O desfecho foi a notícia da readmissão, essencial para a continuidade do tratamento de saúde. "Receber essa confirmação trouxe muita confiança de que vou superar a doença, pois poderei seguir contando com o plano de saúde e com toda a equipe médica que me atende."
O bancário reforça que sempre apoiou o Sindicato pelas conquistas coletivas, como PLR e reajustes salariais, mas hoje reconhece ainda mais a importância da atuação sindical na defesa individual dos trabalhadores. "Agora vejo o quanto é fundamental ter uma entidade que nos proteja. Com respeito e tratamento humanizado, conquistamos mais essa vitória."
Relembre

Desde a demissão em massa, em 8 de setembro, o Sindicato amparou os trabalhadores, colocando seus departamentos Jurídico e de Saúde à disposição dos mesmos, com plantões de atendimento. A entidade também denunciou que os bancários não tinham conhecimento do monitoramento e seus critérios, além de não receberem feedback prévio.
Foram realizadas diversas negociações com o Itaú, algumas intermediadas pela Fenaban (federação dos bancos), e, diante da resistência do banco, o Sindicato solicitou a mediação no TRT, com audiências realizadas nos dias 1, 3 e 6 de outubro. Nesta última, foi conquistada a proposta aprovada pelos bancários demitidos. Confira abaixo.
Para bancários entre 0 e 23 meses de banco:
Piso de 4 salários + valor fixo de R$ 9 mil + 13ª cesta alimentação.*
Para bancários a partir de 24 meses de banco:
Piso de 6 salários + ½ salário por ano trabalhado, com teto de até 10 salários + valor fixo de R$ 9 mil + 13ª cesta alimentação.*
*Em ambos os grupos, bancários que possuem financiamento imobiliário junto ao Itaú terão mantidas as condições diferenciadas.