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Chapéu
pela soberania nacional

Bancários fazem ato nacional em defesa dos bancos públicos

Linha fina
Em São Paulo, dirigentes fizeram reuniões em locais de trabalho e panfletagem no Metrô para denunciar a política de desmonte dos bancos e demais empresas públicas; atividade se encerrou com protesto lúdico em frente a shopping de grande circulação na Avenida Paulista
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Foto: Contraf-CUT

Bancários deflagraram ato nacional em defesa das empresas públicas e pela soberania nacional nesta sexta-feira 4. Em São Paulo, as atividades se concentraram na região da avenida paulista, um dos principais centros financeiros do país.

O ato começou no início da manhã, com panfletagem nas estações da linha verde do Metrô. Dirigentes percorreram agências e centros administrativos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, onde se reuniram com bancários para denunciar os ataques que essas empresas estão sofrendo.

Para os bancários, o encolhimento dos bancos representa sobrecarga de trabalho e assédio moral. Em junho de 2016 o BB tinha 109.615 bancários. Em junho de 2019 passou a contar com 96.168, redução de 12,3%. A Caixa tinha 95.687 empregados em junho de 2016. Três anos depois, contava com 84.378 bancários, redução de 11,8%.

O fechamento de centenas de agência é outra sinalização da redução dessas empresas. Em junho de 2013 o Banco do Brasil tinha 5.428 agências. De lá para cá fechou 715 unidades, redução de 13% em três anos e, em junho de 2019 contava com 4.713 unidades. No mesmo período a Caixa fechou 33 agências (de 3.407 para 3.374), redução de 1% no total.

O protesto se encerrou em frente a um shopping na Avenida Paulista, onde os dirigentes reforçaram para a população como os ataques aos bancos públicos afetam a vida de todos.

Os bancos públicos possuem mais de 9 mil agências, 46% do total. Muitos municípios pouco povoados só contam com agências dos bancos públicos, já que as instituições privadas não têm interesse em atuar em locais que não oferecem retorno financeiro e lucro.

Também são responsáveis por mais de 80% da carteira de crédito imobiliário – R$ 597 bilhões em financiamentos imobiliários em junho de 2019; e 72% da carteira de crédito rural –  R$ 180 bilhões em financiamentos, em junho 2019.

Além da concessão de crédito, os bancos públicos são responsáveis pela administração de programas sociais. Somente em 2017 o Bolsa Família, também administrado pela Caixa, pagou R$ 27,8 bilhões a pessoas em situação de vulnerabilidade social.  

Em São Paulo, o Programa Minha Casa Minha Vida, gerido pela Caixa, construiu 193.499 unidades habitacionais. Um investimento da Caixa no total de aproximadamente R$ 11,2 bilhões desde o início do programa.

A Caixa também administra as loterias que, apenas em 2017,transferiram R$ 5,2 bilhões do dinheiro dos jogos a programas sociais nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde. O governo Bolsonaro tentará entregar as Loterias Instantâneas (Lotex) para o capital privado no dia 22 de outubro.

Até 1990 o FGTS era pulverizado em vários bancos, o que facilitava fraudes e aumentava os riscos de perdas do dinheiro dos trabalhadores com eventuais falências de instituições privadas. A partir de 1991 o fundo passou a ser administrado exclusivamente pela Caixa e já executou R$ 131,1 bilhões em obras de saneamento, habitação e infraestrutura no Estado de São Paulo.

 O fundo sofre assédio intenso dos bancos privados, interessados em administrar seus recursos. Caso isso ocorra, o financiamento de obras nessas áreas poderá ser afetado. 

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