A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades (Anabb, AAFBB, FAABB e Contec) que compõem a mesa de negociação sobre a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil se reuniram na terça-feira 8 com a Diretoria Executiva da Cassi para iniciar os debates sobre construção de uma proposta de solução para a situação econômico-financeira da entidade. Nesta primeira reunião, foram apresentados os números atuais.
“Iniciamos as conversas com a atualização dos dados para encontrarmos uma solução factível”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), João Fukunaga. “Vimos que a situação é ainda mais preocupante do que já era e que, se não chegarmos a uma proposta que seja aceita pelos associados e pelo banco, a Cassi corre sério risco de não ter como arcar com os pagamentos já em janeiro”, completou.
Aumento de custos
A representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG), Luciana Bagno, reforçou a preocupação. “A instauração da direção fiscal na Cassi gerou uma corrida. Associados anteciparam procedimentos que seriam realizados mais tarde e prestadores anteciparam faturas. Isso gerou um aumento extraordinário dos custos, que consumiu toda a nossa reserva e já gerou déficit”, explicou.
A corrida dos associados e prestadores citada pela dirigente consumiu os R$ 82 milhões que havia de superávit até o final de junho e ainda gerou um déficit de R$ 20,974 milhões ao final de agosto.
Esta corrida pode ser claramente constatada ao analisarmos os custos por semana. Até a quarta semana de julho, o valor orçado (R$ 84,142 milhões) cobria o custo realizado (R$ 76,519 milhões). A partir da quinta semana de julho, isso se inverte. O valor orçado (R$ 84,142 milhões), não é suficiente para cobrir o custo efetivo (R$ 114,247 milhões).
“Somente na terceira e na quarta semana de agosto o orçamento cobriu o custo. Mas, na quinta o resultado voltou a ser negativo”, disse a dirigente sindical.
Urgência da solução
O coordenador da CEBB, reforçou a urgência de os associados, as entidades de representação e o Banco do Brasil chegar a uma solução de consenso para a Cassi.
“No acumulado de agosto fechamos com R$ 120 milhões de patrimônio social a descoberto. No total, são R$ 904 milhões descobertos, o que coloca a Cassi abaixo da margem de solvência. Além disso, a partir de janeiro, se não aprovarmos uma proposta, deixam de entrar os recursos extraordinários definidos no Memorando de Entendimentos. Aí, não haverá muito o que fazer”, alertou Fukunaga.
O resultado líquido de agosto ficou negativo em R$ 20,974 milhões. No ativo garantidor o saldo negativo chegou a R$ 116 milhões.
Construir a solução
As entidades de representação e a diretoria executiva continuam reunidas nesta quarta e quinta-feira para dar andamento aos procedimentos de elaboração de uma solução a ser validada pelo banco e, posteriormente, encaminhada para a apreciação dos associados.
“Temos que trabalhar rápido. Não nos resta muito tempo”, finalizou o coordenador da CEBB.