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Ato no Tower cobra valorização dos bancários

Linha fina
Trabalhadores do HSBC receberam PLR com redutor de 9% e ainda sofre desconto do PPR, programa próprio que é alvo de ação judicial do Sindicato
Imagem Destaque

São Paulo – O Tower, concentração onde ficam diretoria e presidência do HSBC, foi palco de protesto do Sindicato nesta terça-feira 19. O ato, que iniciou por volta do meio-dia, denunciou a falta de valorização dos funcionários pela direção do banco, que pagou a primeira parcela da PLR 2013 com redutor de 9%.

> Fotos: galeria do ato no Tower

“A atuação do banco inglês no país é vergonhosa no que diz respeito ao tratamento que dispensa aos seus funcionários. Um exemplo disso é que ano após ano somos prejudicados na PLR da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho)”, destacou o dirigente sindical Paulo Sobrinho.

O ato também foi motivado pela presença de auditores ingleses que visitam além do Tower, o Casp, outra concentração do banco. “O momento do HSBC é delicado aqui e no mundo em termos de transparência e imagem. Aproveitamos os auditores pra mostrar um pouco dos problemas que o banco tem no Brasil.”

PPR – Ele lembrou que além do redutor deste ano, a PLR sofre descontos do que o HSBC paga como programa próprio de participação nos resultados, o PPR. “Falta total transparência do banco em relação ao PPR e a direção se recusa a negociá-lo com os representantes dos trabalhadores.”

A não participação do Sindicato na discussão e elaboração do PPR fere a chamada Lei da PLR (Lei 10.101/2000), que determina a obrigatoriedade dessa participação. Com esse argumento a entidade entrou recentemente com ação na Justiça do Trabalho em que pede a devolução do que foi descontado de PPR nos últimos cinco anos.

> Sindicato entra com ação contra PPR do HSBC

Escondendo o lucro – Os dirigentes criticaram ainda o fato de o HSBC destinar um provisionamento para devedores (PDD) muito maior do que o necessário diante do seu nível de inadimplência. O PDD entra como despesa no balanço do banco, diminuindo assim seu lucro e, em consequência, a PLR dos bancários.

Comparando com o PDD do Itaú, Bradesco e Santander, as outras três maiores instituições financeiras privadas no país, o do HSBC é proporcionalmente maior. A média de despesas de PDD desses três bancos no primeiro semestre, como proporção de suas carteiras de crédito, foi de 2,1%. A do HSBC, no mesmo período, foi de 3,12%. Se o HSBC ficasse na mesma média que Itaú, Bradesco e Santander, sua despesa de PDD seria R$ 543 milhões inferior ao que ele teve de fato. “Com isso ele poderia valorizar a PLR dos trabalhadores”, concluiu Paulo Sobrinho, acrescentando que o Sindicato vai se manter firme na luta pela valorização dos bancários e realizará novas manifestações.


Andréa Ponte Souza – 19/11/2013
 

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