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Inferno no departamento de cobrança do HSBC

Linha fina
Bancários do setor convivem com inúmeros casos de abusos e desrespeitos perpetrados pelos supervisores
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São Paulo – Os funcionários do HSBC lotados no departamento de cobrança vivem um verdadeiro inferno na sua rotina de trabalho. A lista de abusos e desrespeitos sofridos pelos bancários é extensa, de acordo com inúmeras denúncias recebidas pelo Sindicato.

Assédio moral, ameaças de demissão durante reuniões –  tanto individuais como na presença da equipe – e supervisores despreparados que cobram por meio de intimidações são só alguns dos excessos dirigidos aos bancários, que sofrem constantemente com o medo do desemprego.   

Segundo o dirigente sindical da Fetec-CUT/SP Paulo Sobrinho, os bancários também são obrigados a encarar a falta de transparência no Recrutamento Interno – processo seletivo do banco para a disputa de vagas em outros departamentos. “O RI não está sendo disponibilizado a todos os trabalhadores, como manda o normativo do HSBC”, afirma.      

Banheiro – No departamento, nem mesmo os períodos para descanso, alimentação e uso do banheiro estão garantidos. Os funcionários do Teleatendimento possuem apenas duas pausas de cerca de sete minutos por dia ao invés de dois intervalos de 10 minutos cada, mais uma pausa de 20 minutos para alimentação e repouso, como prevê o Artigo 71 da CLT.

De acordo com denúncias, os coordenadores pedem que essas pausas, que totalizam aproximadamente 15 minutos, sejam feitas para uso do sanitário. “O funcionário que já usufruiu as pausas fica impossibilitado de ir ao banheiro depois”, afirma Sobrinho.  

Essa prática desrespeita determinação do Ministério do Trabalho e Emprego, que garante ao trabalhador deixar o posto de trabalho, mediante comunicação, a qualquer momento da jornada, para que atenda às suas necessidades fisiológicas, sem que essas pausas interfiram nos intervalos para refeição previstos na CLT.

Antissindical – O Sindicato realizou ato no prédio onde se localiza o departamento de cobranças para esclarecer os funcionários sobre a ação judicial contra a forma como é pago o plano de participação nos lucros do HSBC, o PPR.  Segundo o dirigente Paulo Sobrinho, os bancários foram orientados pelos supervisores e coordenadores a esconder o crachá para que os dirigentes sindicais não os identificassem como trabalhadores do HSBC.

> Sindicato volta a criticar PPR do HSBC
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“Eles também foram advertidos para que não se comuniquem com os dirigentes sindicais. Isso é prática antissindical. Será que essa é uma determinação do HSBC ou despreparo dos gestores desse departamento?”, questiona o diretor, acrescentando que o movimento sindical está atento ao problema. “Se o HSBC não tomar providência para corrigir a gestão horrível desse departamento, o Sindicato vai cobrar e agir até que as irregularidades sejam corrigidas.”


Rodolfo Wrolli – 27/11/2013
 

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