São Paulo – Após quatro dias de paralisações em todo o país contra a demissão de cerca de 800 trabalhadores, a direção do HSBC marcou rodada de negociação. A reunião será com os sindicatos dos bancários de São Paulo, Osasco e região e de Curitiba na quinta 13, na capital paulista. Os dirigentes sindicais reivindicam o fim das demissões e a readmissão de dispensados.
“Diante desse cenário que se apresenta, com centenas de demissões, a participação dos trabalhadores nas paralisações foi decisiva para que esse canal de diálogo fosse aberto pelo HSBC”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva, acrescentando que entre os dispensados há, inclusive, gestantes que, por lei, têm direito à estabilidade no emprego. ”É importante que os funcionários estejam mobilizados e se informem sobre o resultado da reunião apenas pelos veículos de comunicação do Sindicato.
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Nesta quinta 13, a mobilização entrou no quinto dia. No quarto dia, na quarta-feira 12, pararam os cerca de 800 trabalhadores do complexo administrativo Tower (fotos), localizado na zona oeste da capital, e mais 18 agências. Em Curitiba, onde fica a matriz do banco, fecharam todos os centros administrativos - Palácio Avenida, Kennedy, Xaxim e Vila Hauer - e todas as 29 agências da cidade.
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No interior do Paraná, são 51 unidades fechadas em Arapoti, Apucarana, Arapongas, Barbosa Ferraz, Mamborê, Santo Antônio da Platina, Guarapuava, Londrina, Cambé, Ibiporã, Rolândia, Paranavaí, Nova Esperança, Paranacity, Marechal Cândido Rondon, Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Douradina e Assis Chateaubriand.
Os protestos foram iniciados na sexta 7, logo após as primeiras dispensas. Desde então, ocorreram paralisações no Centro Administrativo São Paulo (Casp) e em diversas agências da capital e de Osasco e região, além de manifestação no Centro Administrativo Morumbi (CAM). A estimativa do movimento sindical é que cerca de 800 trabalhadores foram dispensados pelo banco em todo o país: mais de 100 em São Paulo e de 200 em Curitiba.
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Da mesma forma que no Casp e no CAM, também ocorreu corte de pessoal no Tower, onde está instalada a diretoria do HSBC em São Paulo. Nesse caso, os setores atingidos foram o jurídico e o de securitários.
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Augústia – “Vi colegas com quem convivi por muitos anos aqui, pegando suas coisas e indo embora. Uma despedida triste e revoltante, pois essas pessoas ralaram muito por esse banco e agora foram descartados”, desabafa um funcionário do Casp, que denuncia que seu setor não dá conta do serviço por falta de pessoal. “Em muitos departamentos cortaram as férias das pessoas e temos de ficar além do horário, mesmo assim não conseguimos colocar o trabalho em dia. Está demais e não sei por quanto tempo vou aguentar.”
A angústia e o temor também imperam nas agências bancárias. Em muitas delas, o número de empregados diminuiu mais da metade. Algumas unidades passaram de dez para quatro bancários, outras de oito para três. ”Venho para cá sem saber se estarei empregado ou não. Não sei o dia de amanhã. É angustiante. E quando chego tenho de me desdobrar em três para atender os clientes. Muitos, inclusive, têm choque por verem tão poucos funcionários e perguntam se o HSBC está quebrando. Tem gente que simplesmente fecha a conta.”
Luciano Ramos, dirigente sindical, avalia que essas situações revelam o quanto o HSBC está equivocado em sua forma de gestão, por meio da qual diminui os postos de trabalho e massacra os que ficam. “O HSBC emitiu comunicado na terça (11) convocando pessoas para o final de semana, no feriado municipal de 20 de novembro e no próximo final de semana (dias 22 e 23) devido ao acúmulo de trabalho. Se está fazendo isso, por que demitiu os bancários?”, questiona. “Isso é mais uma prova de que o corte de pessoal não se justifica e exigimos o fim demissões e readmissão dos trabalhadores.”
Denuncie - Caso saiba de demissões, denuncie pelo 3188-5200 ou clicando aqui (setor "site"). O sigilo é garantido.
Jair Rosa – 12/11/2014
(Atualizado às 11h50 de 13/11)
