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São Paulo – Diante de uma conjuntura adversa, com economia em recessão e crise política nacional somada à crise internacional, o 10º Congresso da Fetec/CUT-SP aprofundou, na manhã da sexta-feira 27, em Atibaia (SP), o debate em torno da atuação do movimento sindical bancário nos rumos do país.
“Precisamos verdadeiramente assumir o papel de liderança na disputa do futuro que queremos para nosso país”: esse foi o chamado do economista Márcio Pochmann, durante o primeiro painel do 10º Congresso, sobre conjuntura econômica.
O professor da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo iniciou a exposição abordando as transformações do capitalismo e sua relação com as políticas nacionais. “Até o início da década de 30, o que vigorava era o poder dos mercados, o que tornava a política irrelevante. A partir de 1945, os Estados nacionais passaram a se organizar e a regular o capitalismo. Após a década de 70, a nova revolução industrial e as mudanças tecnológicas trouxeram mudanças estruturais, acarretando na expansão do projeto neoliberal, de desregulamentação dos Estados nacionais. Hoje, poucos países conseguem fazer política de forma autônoma”, explicou Pochmann ao vincular o atual momento brasileiro.
“O Brasil assumiu a democracia sem romper com os vícios da ditadura. Hoje vive um impasse, com o esgotamento do ciclo político iniciado com a Nova República e a perda de credibilidade nas instituições nacionais. O que define os nossos representantes é o poder do dinheiro, os ricos nunca são afetados e o povo nunca participa das decisões nacionais, apesar das tentativas dos governos social-democratas, de inverter essa lógica.”
Conforme o professor, nos últimos 13 anos, 40 milhões de miseráveis ascenderam economicamente, no entanto não se tornaram atores políticos. E ainda assumiram valores da direita, baseados no neoliberalismo. “Com isso, o que vemos é uma parcela da sociedade ganhando força para fazer o país retornar ao século XIX, com redução de direitos e a volta da nação exportadora primária.”
Segundo Pochmann, o Estado brasileiro precisa de reforma profunda, com defesa da indústria nacional, e ao movimento sindical cabe assumir a liderança nessa batalha. “A estrutura sindical deve representar essa nova classe trabalhadora, cuja produção é de trabalho imaterial, proporcionado pelas novas tecnologias.”
Nos últimos anos, 4/5 dos postos de trabalho criados foram na área tecnológica e de comunicação. “O trabalho hoje é intelectual e pode ser transportado, fazendo com que se misture com a vida pessoal, numa prorrogação contínua de jornada.”
“Precisamos verdadeiramente assumir o papel de liderança na disputa do futuro que queremos para nosso país”: esse foi o chamado do economista Márcio Pochmann, durante o primeiro painel do 10º Congresso, sobre conjuntura econômica.
O professor da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo iniciou a exposição abordando as transformações do capitalismo e sua relação com as políticas nacionais. “Até o início da década de 30, o que vigorava era o poder dos mercados, o que tornava a política irrelevante. A partir de 1945, os Estados nacionais passaram a se organizar e a regular o capitalismo. Após a década de 70, a nova revolução industrial e as mudanças tecnológicas trouxeram mudanças estruturais, acarretando na expansão do projeto neoliberal, de desregulamentação dos Estados nacionais. Hoje, poucos países conseguem fazer política de forma autônoma”, explicou Pochmann ao vincular o atual momento brasileiro.
“O Brasil assumiu a democracia sem romper com os vícios da ditadura. Hoje vive um impasse, com o esgotamento do ciclo político iniciado com a Nova República e a perda de credibilidade nas instituições nacionais. O que define os nossos representantes é o poder do dinheiro, os ricos nunca são afetados e o povo nunca participa das decisões nacionais, apesar das tentativas dos governos social-democratas, de inverter essa lógica.”
Conforme o professor, nos últimos 13 anos, 40 milhões de miseráveis ascenderam economicamente, no entanto não se tornaram atores políticos. E ainda assumiram valores da direita, baseados no neoliberalismo. “Com isso, o que vemos é uma parcela da sociedade ganhando força para fazer o país retornar ao século XIX, com redução de direitos e a volta da nação exportadora primária.”
Segundo Pochmann, o Estado brasileiro precisa de reforma profunda, com defesa da indústria nacional, e ao movimento sindical cabe assumir a liderança nessa batalha. “A estrutura sindical deve representar essa nova classe trabalhadora, cuja produção é de trabalho imaterial, proporcionado pelas novas tecnologias.”
Nos últimos anos, 4/5 dos postos de trabalho criados foram na área tecnológica e de comunicação. “O trabalho hoje é intelectual e pode ser transportado, fazendo com que se misture com a vida pessoal, numa prorrogação contínua de jornada.”
Para o economista, o grande desafio do momento para as entidades sindicais é conhecer esse novo trabalhador, seus anseios e como o trabalho afeta sua vida. “É preciso conhecer a realidade para interagir e mudar”, concluiu Pochmann.
Redação com Fetec/CUT-SP – 27/11/2015
Redação com Fetec/CUT-SP – 27/11/2015