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Novo acordo climático global é desafio da COP 21

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Principais países poluidores mudam postura e ambicionam metas para reduzir emissão dos gases que causam efeito estufa; EUA reconhecem responsabilidade pelo aquecimento global
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São Paulo – Objetivando um acordo global que reduza a emissão de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global, representantes de 195 países e da União Europeia se reúnem entre essa segunda-feira 30 e 11 de dezembro, em Paris, para a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP21). O Acordo de Paris deve entrar em vigor em 2020, em substituição ao Protocolo de Quioto, que prevê a redução de emissões de gases poluentes apenas para países desenvolvidos.

Em discurso na conferência, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu a responsabilidade histórica de seu país nas emissões de carbono e prometeu trabalhar para encontrar solução. “Nós somos a primeira geração a sentir os impactos da mudança climática e a última capaz de fazer algo a respeito. Como líder da maior economia mundial e do segundo maior emissor de gás carbônico, os EUA não apenas reconhecem seu papel na criação desse problema, como também aceitamos nossa responsabilidade em fazer algo a respeito.”

A presidenta Dilma Rousseff defendeu que a conferência do clima busque um acordo legalmente vinculante, ou seja, com força de lei que obrigue os países a cumprirem as metas estabelecidas. “Estamos em Paris para construir uma resposta conjunta que só será eficaz se for coletiva e justa. Para isso devemos construir um acordo que seja também e fundamentalmente legalmente vinculante. Nosso acordo não pode ser apenas uma simples soma das melhores intenções de todos.”

Brasil – O Brasil apresentou a meta de diminuir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo 2005 como ano-base. A contribuição brasileira levada à COP, chamada Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida (INDC, na sigla em inglês), contém ainda ações como o fim do desmatamento ilegal na Amazônia, a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e o alcance de 45% na participação de energias renováveis na composição da matriz energética.

As contribuições apresentadas pelo Brasil e pelos países da convenção das Nações Unidas para a COP21 tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura média da Terra a 2 graus Celsius até 2100, em relação aos níveis pré-Revolução Industrial. Ultrapassar esse limite provocaria mudanças climáticas severas.

Para o coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, Tasso Azevedo, o posicionamento histórico da China, Índia e dos Estados Unidos era mais conservador alinhado a um discurso de que não podiam desacelerar o crescimento econômico. “Todos têm expressado sua preocupação [com a questão climática] e dissociado do discurso de que não podem reduzir as emissões para não comprometer o crescimento”, afirmou à Agência Brasil.


Redação, com informações da Folha de S. Paulo e da Agência Brasil – 30/11/2015
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