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Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual
7/11/2016
São Paulo – O ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou na sexta 4 a 250 empresários na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) seu pacote de incentivos ao setor. A Nova Política de Plataformas Inteligentes de Tecnologia em Saúde, como é chamada, terá R$ 6 bilhões de investimentos. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o recurso previsto vai incentivar a produção nacional de medicamentos, insumos e tecnologias.
O setor público também deverá ser contemplado com novas fábricas na Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde, no Instituto Butantan, ligado ao governo do estado de São Paulo e no Instituto de Tecnologia do Paraná, do governo paranaense, para a produção de medicamentos para tratamento do câncer; soros contra raiva e picadas de animais peçonhentos e vacinas para gripe, hepatite A e HPV.
“São investimentos considerados estratégicos para o Brasil. Nós temos R$ 15 bilhões na compra de medicamentos, sendo que metade são medicamentos biológicos de alto custo. Então há necessidade de transferir tecnologia e produzir esses medicamentos de forma mais econômica aqui no país,” declarou o ministro.
No encontro com empresários, o ministro ainda prestou contas sobre a demissão de mais de 330 servidores e a extinção de 500 bolsas. No final de julho, exonerou de uma só vez 315 servidores vinculados a orçamento, gestão e auditoria do SUS, sob alegação de que comporiam um suposto "aparelhamento do Partido dos Trabalhadores". Na época, Barros justificou colocar pessoas de sua confiança "para o maior controle dos recursos".
O farmacêutico da Fiocruz Leandro Farias, que coordena a organização Chega de Descaso, que atua em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), vê com desconfiança a iniciativa quando avança, com pressão do governo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela investimentos federais por 20 anos. "O governo corta direitos sociais e beneficia as indústrias lideradas pela Fiesp. Realmente, a Fiesp não vai pagar o pato", comentou.
Para Farias, o anúncio evidencia ainda o compromisso do governo com a chamada indústria da doença. "Formada pelos laboratórios farmacêuticos, indústrias de insumos e equipamentos e pelos planos de saúde privados, essa indústria está por trás de projetos que levam ao desmonte do sistema público de saúde ao mesmo tempo em que retiram recursos do SUS", disse.
Ele lembrou ainda que há um conflito permanente entre as necessidades de saúde pública e os interesses de mercado, estimulado pela lógica do lucro e pela economia de mercado. "Perde a saúde pública, que deveria estar voltada para a promoção do cuidado e a prevenção de doenças."
Parte desses interesses, os planos de saúde – mercado que Barros pretende incentivar com a criação de planos baratos e de cobertura reduzida, que vão transferir ao SUS o atendimento de procedimentos recusados – é abordada na série de documentários que mostra a atuação dessas empresas sobre os parlamentares. Em videos curtos, de oito minutos, explica de maneira clara como a saúde privada retira recursos do SUS.
7/11/2016
São Paulo – O ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou na sexta 4 a 250 empresários na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) seu pacote de incentivos ao setor. A Nova Política de Plataformas Inteligentes de Tecnologia em Saúde, como é chamada, terá R$ 6 bilhões de investimentos. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o recurso previsto vai incentivar a produção nacional de medicamentos, insumos e tecnologias.
O setor público também deverá ser contemplado com novas fábricas na Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde, no Instituto Butantan, ligado ao governo do estado de São Paulo e no Instituto de Tecnologia do Paraná, do governo paranaense, para a produção de medicamentos para tratamento do câncer; soros contra raiva e picadas de animais peçonhentos e vacinas para gripe, hepatite A e HPV.
“São investimentos considerados estratégicos para o Brasil. Nós temos R$ 15 bilhões na compra de medicamentos, sendo que metade são medicamentos biológicos de alto custo. Então há necessidade de transferir tecnologia e produzir esses medicamentos de forma mais econômica aqui no país,” declarou o ministro.
No encontro com empresários, o ministro ainda prestou contas sobre a demissão de mais de 330 servidores e a extinção de 500 bolsas. No final de julho, exonerou de uma só vez 315 servidores vinculados a orçamento, gestão e auditoria do SUS, sob alegação de que comporiam um suposto "aparelhamento do Partido dos Trabalhadores". Na época, Barros justificou colocar pessoas de sua confiança "para o maior controle dos recursos".
O farmacêutico da Fiocruz Leandro Farias, que coordena a organização Chega de Descaso, que atua em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), vê com desconfiança a iniciativa quando avança, com pressão do governo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela investimentos federais por 20 anos. "O governo corta direitos sociais e beneficia as indústrias lideradas pela Fiesp. Realmente, a Fiesp não vai pagar o pato", comentou.
Para Farias, o anúncio evidencia ainda o compromisso do governo com a chamada indústria da doença. "Formada pelos laboratórios farmacêuticos, indústrias de insumos e equipamentos e pelos planos de saúde privados, essa indústria está por trás de projetos que levam ao desmonte do sistema público de saúde ao mesmo tempo em que retiram recursos do SUS", disse.
Ele lembrou ainda que há um conflito permanente entre as necessidades de saúde pública e os interesses de mercado, estimulado pela lógica do lucro e pela economia de mercado. "Perde a saúde pública, que deveria estar voltada para a promoção do cuidado e a prevenção de doenças."
Parte desses interesses, os planos de saúde – mercado que Barros pretende incentivar com a criação de planos baratos e de cobertura reduzida, que vão transferir ao SUS o atendimento de procedimentos recusados – é abordada na série de documentários que mostra a atuação dessas empresas sobre os parlamentares. Em videos curtos, de oito minutos, explica de maneira clara como a saúde privada retira recursos do SUS.