Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Histórico

Governo federal, em nome do Estado Brasileiro, pede desculpas públicas à população negra pela escravização

Imagem Destaque
Solenidade em que o governo federal, em nome do Estado brasileiro, pediu desculpas públicas à população negra pela escravização das pessoas negras.

Em evento realizado em Brasília na última quinta-feira 21, um dia após o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o governo federal, em nome do Estado brasileiro, pediu desculpas públicas à população negra pela escravização das pessoas negras.

A escravização de pessoas negras no Brasil durou 338 anos, de 1550 a 1888. O Brasil foi o último país da Améria Latina a acabar com a escravização.

O pedido formal de desculpas à população negra foi lido pelo advogado-geral da União, Jorge Messias. “A União manifesta publicamente o pedido de desculpas pela escravização das pessoas negras, bem como de seus efeitos. Reconhece que é necessário envidar esforços para combater a discriminação racial e promover a emancipação das pessoas negras brasileiras. Por fim, compromete-se a potencializar o foco de criação de políticas públicas com essa finalidade”, diz o documento.

Presente na solenidade, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou que o pedido de desculpas formal do Estado brasileiro é resultado da luta do movimento negro.

“Nessa caminhada de luta, que é abolicionista, que a gente lutou e continua lutando por liberdade, a gente vem construindo a cada dia passos muito importantes. Essa memória de mais de 300 anos de escravatura não acaba no 13 de maio, porque o 14 de maio começa com o total abandono da população negra no país”, lembrou a ministra.

Já a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lembrou da condenação dos assassinos da sua irmã, a vereadora Marielle Franco. “Além do pedido de desculpas, no ano de 2024, nós tivemos a condenação dos assassinos de minha irmã. Não é normal a cada dia e em cada instante a gente ter que lidar com essas mazelas e essas dores. São desafios enormes e, por isso, é importante a gente pensar esse trabalho coletivo, um trabalho coletivo concreto”, declarou.

Sindicato, uma entidade antirracista

Para a presidenta do Sindicato, o pedido de desculpas formal evidencia uma mudança de rota do governo brasileiro em relação ao reconhecimento por parte do Estado das consequências da escravização na sociedade brasileira, que perduram até hoje, e da necessidade de políticas afirmativas como forma de reparação.

“Tivemos no período recente um presidente com falas públicas racistas e que promoveu o desmonte de políticas públicas e de ações afirmativas. O atual governo, ao contrário do anterior, retoma uma postura de reconhecer as mazelas da escravização das pessoas negras e de colocar como prioridade as políticas afirmativas, como forma de justiça, reparação e também como indutoras do desenvolvimento do país”,

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

“O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, uma entidade antirracista, que teve na pessoa de Ivone Silva a sua primeira presidenta negra, coloca em prática ações efetivas de combate ao racismo e todas as formas de discriminação no sistema financeiro e na sociedade como um todo. Entre elas estão o Projeto Basta! Não vão nos Calar!, que oferece atendimento jurídico gratuito a vítimas de violência de gênero, racismo e LGBTQIA+fobia; o Censo da Diversidade, que traça um perfil da categoria e subsidia a luta pela inclusão de negros e negras no sistema financeiro, assim como a pela ascensão profissional; e a publicação da cartilha Desconstruindo o Racismo, disponível no nosso site”, conclui a presidenta do Sindicato.

seja socio