São Paulo - O Sindicato mantém-se firme na luta por uma sociedade onde todos vivam melhor, com mais justiça social, bem estar e democracia. Essa atuação, que vai além das conquistas do mundo do trabalho, tem pautado discussões importantes na entidade. Nesta segunda-feira 19, o número 413 do tradicional Edifício Martinelli foi palco de mais um debate por cidadania. Desta vez, a sede do Sindicato recebeu a visita do ministro da Educação, Fernando Haddad.
Haddad chegou por volta das 13h e, durante o horário do almoço, conversou com os dirigentes sindicais bancários sobre questões de grande importância para os moradores de São Paulo, uma cidade com mais de 11 milhões de habitantes e que alcança 19 milhões na região metropolitana. O deputado estadual e ex-presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, também participou do encontro.
A mobilidade, apontada em consulta por 55,4% dos bancários da base do Sindicato como o problema que mais compromete a qualidade de vida, foi um dos assuntos abordados pelo ministro. “Vocês lutam para diminuir a jornada dos trabalhadores no banco, mas a jornada aumenta na rua”, disse Haddad, referindo-se ao tempo que o morador de São Paulo gasta entre a casa e o trabalho.
Para o ministro, os problemas de trânsito da capital paulista, que consomem boa parte da vida das pessoas, é um exemplo do descompasso da cidade com o desenvolvimento econômico e social do país. “O brasileiro viu sua vida melhorar muito em virtude do desenvolvimento econômico promovido pelos governos Lula e agora pelo governo Dilma, mas se o dia a dia melhorou dentro das casas paulistas, da porta da casa para a rua a situação piorou”, afirmou.
Creches – O ministro ressaltou que os moradores da cidade são prejudicados pela posição dos governos municipal e estadual. “Muitos programas federais não chegam à população do estado. E assim, por falta de pacto federativo e por absoluta incompreensão do que significa uma república, várias oportunidades são perdidas.”
Um dos exemplos mais gritantes é o Pró-infância, que prevê recursos para a construção de creches nos municípios. O programa federal existe desde 2007 e este ano foi ampliado e inserido no PAC II. Apesar de haver dinheiro disponível para a construção de 172 creches na capital paulista, a prefeitura nunca firmou convênio com o MEC para utilizar a verba do programa. Enquanto isso, milhares de famílias são prejudicadas e o déficit de unidades do tipo, na cidade, continua grande. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), a demanda não atendida é de mais de 111 mil crianças entre 0 a 3 anos, o que corresponde a quase 40% da população do município nesta faixa etária.
Democracia – Além de Haddad, já estiveram no Sindicato para debater temas fundamentais à população, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e parlamentares como os deputados Ricardo Berzoini e Vicentinho e a senadora Marta Suplicy, pesquisadores, blogueiros, MST, que abordaram assuntos como democratização da comunicação, inclusão digital, reforma política, limites à terceirização de mão de obra, transgênicos, luta contra a homofobia, entre outros. O ex-presidente Lula também esteve no Sindicato, em junho, fazendo um balanço de seu mandato.
A vinda de ministros e parlamentares ao Sindicato, ressalta a presidenta da entidade, Juvandia Moreira, é uma forma de pautar o Executivo e Legislativo com temas pertinentes aos trabalhadores e à população em geral. “Historicamente nós bancários sempre estivemos à frente de conquistas trabalhistas e também de cidadania. A entidade representativa de uma categoria como a nossa não poderia deixar de atuar como um Sindicato Cidadão. Portanto, nossa militância vai além das questões corporativas, também importantes, e avança para a discussão da sociedade e a luta por cidadania”, completa a dirigente.
Andréa Ponte Souza - 19/12/2011
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Visita do titular da Educação é exemplo da atuação da entidade representativa em defesa dos direitos de cidadania dos bancários
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