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HSBC, cadê o comitê permanente?

Linha fina
Após ato na Paulista, assessoria do banco diz à Carta Capital que reivindicações dos bancários são discutidas em reunião, no entanto, último encontro ocorreu em junho
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São Paulo – Em meio à correria de consumidores em busca do presente de Natal de última hora e dos que estão apenas passeando para ver os enfeites natalinos instalados na Avenida Paulista, um protesto realizado pelo Sindicato chamou a atenção para o sufoco que estão passando os bancários do HSBC.

> Fotos: galeria com imagens do protesto
> Ano foi de promessas não cumpridas no HSBC

A ação realizada na quinta-feira 20 serviu como um basta pelas demissões, condições ruins de trabalho e falta de funcionários nas agências do banco inglês instalado no Brasil desde 1997. “Apesar de representantes do banco não falarem com o movimento sindical, eles responderam ao repórter da Carta Capital, dizendo que respeitam o direito democrático de nossas manifestações, e que existem comitês permanentes para discutir esses assuntos”, relata a diretora do Sindicato Liliane Fiuza.

“No entanto, a última reunião com o banco foi em junho, há 6 meses. E, na ocasião, o banco negou a contratação de novos funcionários em substituição às demissões. Depois disso, não houve nenhum encontro para discutir as demandas dos trabalhadores, nem sequer tivemos respostas das cartas sobre as demissões, que enviamos, formalmente, à direção do HSBC”, conclui a dirigente sindical.

> Negociação com HSBC frustra trabalhadores

Em dezembro de 2005 o HSBC tinha 28.374 empregados no Brasil. O dado do banco mais recente, de acordo com o Dieese, de junho de 2012, mostra que esse quadro foi reduzido para 23.052 funcionários.

Durante o protesto, concentrado na agência Masp-Trianon, os clientes receberam uma carta aberta sobre a atual situação dos trabalhadores. Também foi feita uma reunião com os clientes para expôr que a lotação e demora no atendimento é responsabilidade do banco. “Presenciamos até uma discussão por conta de a agência estar lotada. Mas, deixamos claro, conversando com a população, que os bancários estão se desdobrando para realizar um bom trabalho e que a falta de funcionários é responsabilidade da instituição financeira. E esta é a reivindicação que deveria, de fato, ser debatida em comitês permanentes que não são realizados com frequência. É um absurdo os bancários do HSBC, além de enfrentarem o movimento maior nas agências, típico desta época do ano, ainda terem de driblar esse estresse, sem valorização”.

Humor contra as mazelas – Para chamar a atenção de quem passava pela Paulista, alguns personagens que devem estar na 15ª edição da São Pilantra, marcada para o dia 27, apareceram por lá: “Satã-der” e “Lord Exploration” eram alguns deles.

A corrida-sátira São Pilantra acontece desde 1998. É uma forma bem-humorada de os bancários criticarem os maus empregadores e o que acontece de injusto no país. Os “atletas” saem pela Avenida Paulista fantasiados como personagens concorrentes ao título de padroeiro das elites. No final da corrida, é realizada a premiação do mais votado pelos bancários.


Gisele Coutinho – 21/12/12

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