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Trabalho em cenário de crise é debatido na África

Linha fina
Para dirigentes que participam do 4º Congresso da UNI Sindicato Global, o mundo não melhorará se os trabalhadores não forem ouvidos
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São Paulo – Os impactos da crise financeira de 2008 sobre a classe trabalhadora estão sendo discutidos por dirigentes de todo o mundo no 4º Congresso da UNI Sindicato Global, na Cidade do Cabo, África do Sul. O evento, que começou no dia 7, encerra-se na quarta-feira 10, e tem como tema Todos Incluídos.

O Congresso começou com homenagem a Nelson Mandela e debate o papel dos trabalhadores na construção de um mundo mais justo. É o que informa a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa, que participa do evento como delegada. A dirigente Neiva Ribeiro também é delegada, junto com Mário Raia, da Contraf/CUT. A diretora do Sindicato Érica Godoy também participa, como observadora.

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Desafio – São mais de 200 milhões de desempregados em todo o mundo, e muitos no sub-emprego ou na informalidade. Em um cenário em que a economia global ainda luta para sair da crise financeira de 2008, os desafios são grandes, afirmou o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, na terça 9.

“Para ele, o crescimento real dos salários continua a diminuir e a produtividade ainda se mantém acima dos salários. Ou seja, a renda nos países vem se transferindo para os lucros e não para os trabalhadores”, relata Rita Berlofa.

Por esse motivo, de acordo com a dirigente, “a luta pelos nossos ideais deve continuar. Precisamos de aumentos salariais e justiça social”, afirma.

Luta global – Já o secretário-geral da UNI Sindicato Global, Philip Jennings, apontou que o enfrentamento deve ser global, em discurso na segunda-feira 8. Rita concorda: “Precisamos de acordos globais para exigir responsabilidade e respeito aos direitos humanos. O neoliberalismo trouxe fracasso financeiro, fracasso na redução da desigualdade. Precisamos de uma economia sustentável com inclusão social. Para isso, precisamos lutar por mais trabalho e mais direitos para os trabalhadores no mundo. Nossa solidariedade internacional tem de garantir a voz dos trabalhadores em todas as esferas políticas. Precisamos garantir o direito à sindicalização de todos”, reforça a dirigente.

Rumo – A secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow, declarou na segunda 8 que as conquistas devem ser celebradas, mas os trabalhadores também deveriam pensar no plano para os próximos anos “porque teremos ainda mais trabalho para ser feito para ver o mundo de volta aos trilhos”.

Rita lembra que o mundo tem 60% dos trabalhadores, 2,9 bilhões de pessoas, que estão na economia formal e não ganham o suficiente para criar suas famílias com dignidade. “A maioria dos desempregados no mundo são mulheres e jovens e muitos deles nunca terão a oportunidade de um trabalho decente. Globalmente, a ganância corporativa está fora de controle. Só com a união e luta podemos dar um rumo de futuro para o mundo.”

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Mariana Castro Alves – 9/12/2014
 
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