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Com golpe, quem perde são os trabalhadores

Linha fina
Grupo político por trás do golpe é o mesmo que atua no Congresso pela ampliação da terceirização, aumento da idade mínima da aposentadoria, da soberania nacional, da política de valorização do salário mínimo; grande ato pela democracia será nesta quarta, às 17h, no vão livre do Masp
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São Paulo – Todo trabalhador que quer manter seus empregos e seus direitos deve ir para as ruas no dia 16. Independentemente de em quem votou, qual a posição partidária, se tem interesse por política ou não, nesta quarta-feira todos estarão mobilizados em defesa da democracia e contra o retrocesso que o golpe representa.

Afinal, capitaneando esse golpe estão figuras como Michel Temer e Eduardo Cunha que, além de serem os possíveis presidentes da República em caso de impedimento da presidenta Dilma Rousseff, têm outros interesses em comum. Ambos são signatários de um documento intitulado Uma Ponte para o Futuro cujo teor remete mais a um túnel para o passado (veja no quadro abaixo). São políticos artífices de uma série de manobras congressuais a favor, por exemplo, da ampliação da terceirização de serviços, que só no setor bancário já eliminou mais de 500 mil empregos.

Pedalar não é crime – Goste-se ou não do governo da presidenta Dilma – e o movimento sindical estará nas ruas também contra a condução da política econômica desse governo –, ela não cometeu nenhum crime. As “pedaladas fiscais”, que são a base do pedido de impeachment, são utilizadas por todos os governos como um mecanismo para adequar o orçamento em caso de necessidade. No caso desse governo, foram utilizadas para garantir o pagamento dos programas sociais.

Temer, como vice-presidente, também autorizou uma série de “pedaladas fiscais”. Ou seja, se Dilma cair por causa disso, Temer e todos os prefeitos e governadores deveriam cair também. Esse argumento está descartado desde quando o Congresso Nacional aprovou o orçamento.

Fora Cunha – Depois de Temer, na linha de sucessão viria Cunha, com uma ficha corrida de diversas ações apuradas inclusive pela Justiça internacional – como contas não declaradas na Suíça e milhões de dólares evadidos do Brasil. Sem falar na atuação do parlamentar à frente da presidência da Câmara dos Deputados mais retrógada desde os tempos da ditadura. Cunha conduz as reuniões da Casa com um nível de desrespeito aos demais colegas eleitos que tem mantido o Brasil paralisado por uma balbúrdia diária.

“Vamos para as ruas defender os trabalhadores. Uma situação de impeachment é pior que a agenda que está colocada. Temos críticas ao governo Dilma, mas defendemos a democracia”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Grande ato – O ato do dia 16 vai reunir na Avenida Paulista, a partir das 17h, no vão livre do Masp, trabalhadores, estudantes, artistas, intelectuais, movimentos sociais de moradia, da agricultura, sem terra, estudantes.

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“Todos que querem um Brasil melhor estarão lá”, reforça Juvandia, lembrando que a maior parte dos governadores está contra o impeachment, assim como os mais renomados juristas e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). “O ato é contra o golpe, pelo fora Cunha e também pela mudança da política econômica que está prejudicando o desenvolvimento do Brasil. Queremos que o governo invista, priorize o crescimento, a criação de empregos.”

 
Cláudia Motta - 15/12/2015
 
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