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Empregados da Caixa debatem saúde do bancário

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Evento tratou sobre a ‘maquiagem’ dos bancos no que se refere à qualidade de vida no trabalho e a importância do SUS
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São Paulo – Cerca de 70 bancários da Caixa que trabalham no prédio do Largo da Concórdia, no Brás, participaram de palestra e debate sobre saúde do trabalhador. O evento organizado pelo Sindicato, na terça-feira 15, contou com a presença da médica e pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno.

A palestra foi proposta pelo Sindicato durante uma reunião da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), com o propósito de manter aberto o diálogo sobre saúde do trabalhador entre os bancários da Caixa, uma vez que não foi realizada a Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes) no prédio do Brás.

A qualidade de vida no trabalho foi o principal ponto abordado por Maeno. Segundo ela, as empresas costumam ‘maquiar’ discurso para tentar passar a ideia de que se preocupam com os funcionários quando, na verdade, estão preocupadas apenas com aumento da produtividade.

A médica também falou sobre as principais doenças que atingem funcionários do setor financeiro e enfatizou que as cobranças por metas abusivas mudaram os padrões de adoecimento da categoria. Antes, as doenças ligadas a esforços repetitivos, como LER/Dort, eram as principais entre os bancários, atualmente o número de trabalhadores com doenças psicológicas e psiquiátricas é maior.

Em 2013, mais de 18 mil bancários foram afastados. Desse total, 27% por transtornos mentais e comportamentais (como estresse, depressão, síndrome do pânico) e 24,6% por LER/Dort. Somente entre janeiro e março de 2014, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico. Os dados são do INSS.

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Para o dirigente sindical e empregado da Caixa Francisco Pugliesi, também foi importante ressaltar que o SUS (Sistema Único de Saúde) tem sido criticado pelos meios de comunicação, muitas vezes injustamente, principalmente nos casos relacionados à saúde do trabalhador.

Ele reforçou o papel dos Centros de Referência de Saúde do Trabalhador (CRSTs). “É importante trabalhadores e trabalhadoras procurarem e usarem esses centros caso a empresa não faça sua obrigação, como emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em casos de acidente e mesmo de assaltos nas agências. Muitas se negam a o fazer, pois, assim buscam se eximir da responsabilidade que efetivamente têm no adoecimento do empregado”, disse o dirigente que também é conselheiro eleito do CRST Mooca.

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William De Lucca – 16/12/2015
 
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