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Trabalhadores protestam contra tentativa de golpe

Linha fina
Ato no Rio de Janeiro reuniu sindicalistas e movimentos sociais; para manifestantes, defensores do impeachment da presidenta Dilma são os mesmos que tentam acabar com direitos sociais
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Rio de Janeiro – Trabalhadores e sindicalistas ligados às centrais sindicais e representantes de movimentos sociais realizaram  manifestação no centro do Rio de Janeiro, na tarde de terça-feira 8, em protesto contra a tentativa de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A concentração foi na Avenida Presidente Vargas, que teve a pista lateral interditada ao trânsito, prosseguindo pela Avenida Rio Branco, até a Cinelândia, com parada nas proximidades da Petrobras.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disse que o objetivo principal da manifestação era repudiar o que a tentativa de golpe contra a presidenta. "Queremos impedir o impeachment e o retrocesso político. Os que defendem o impeachment são os mesmos que são contra os direitos trabalhistas e a carteira assinada, são a favor da terceirização e da precarização do trabalho. Articulam um golpe contra a democracia e o Brasil", afirmou Freitas.

Para o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Zé Maria Rangel, entre as forças que apoiam o impeachment estão setores da indústria petrolífera estrangeira. Segundo ele, é preciso retomar urgentemente os investimentos da Petrobras, como forma de auxiliar a economia brasileira a voltar a crescer.

"Este ato é pela retomada dos investimentos em emprego e renda no Brasil.  Queremos a manutenção do Estado Democrático de Direito. Não há fato grave contra a presidenta Dilma, só um sentimento de vingança", disse Zé Maria.

Além-fronteiras – O ato em defesa da democracia e do desenvolvimento teve uma palavra comum a praticamente todas as intervenções: unidade.

A ideia de que é preciso superar as diferenças para defender a democracia contra retrocessos irreversíveis foi defendida por organizações, inclusive, do exterior.

Representante do Partido Solidário de Argentina, Gabi Nacht, lembrou que o golpe de Estado não é exclusividade do Brasil, mas uma onda que volta à América do Sul. “No Brasil parece que acontece o mesmo retrocesso que vimos na Argentina. Os grupos de direita são os mesmos. Agora se tratam de golpes institucionais e eles dizem que são democráticos, mas não são porque não querem que o povo se empodere e cresça. Conseguem ter sucesso porque controlam o capital e os meios de comunicação.”

Para ela, a organização popular é o caminho para impedir o retrocesso. “É preciso que deixemos as diferenças de lado e formemos uma ampla unidade da classe trabalhadora”.

No campo – Trabalhadora rural do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Ana Cristina Soprani, viajou do interior do Espírito Santo para a capital fluminense, com o pai e a filha, para participar da atividade. Três gerações e um mesmo discurso: o momento do Brasil exige gente corajosa.

“Temos discutido em nossa roça o quanto ela avançou nos anos de governo do PT. Avançamos com as conquistas sociais do campesinato, queremos mudanças, sim, mas estamos prontos para ajudar o país e isso não se dará com golpe e o chamado impeachment”, defende.

Estudantes – A inspiração, apontou a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, pode vir do movimento estudantil paulista, que ocupou escolas, derrotou o governador tucano Geraldo Alckmin e provou que os coronéis não resistem se a mobilização popular for abraçada pela sociedade.

“Conseguimos derrotar o PSDB após 20 anos e assim também faremos com Cunha, a política econômica e, principalmente, não deixaremos o retrocesso passar. A juventude não será deslegitimada, nem o voto dos 54 milhões de brasileiros que elegeram Dilma.”

Segundo a CUT, cerca de 20 mil pessoas participaram da manifestação. Também participaram do ato a União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Diversos sindicatos se fizeram presentes, principalmente os ligados aos setores metalúrgico e petroleiro. O ato contou com apoio de quatro carros de som. A Polícia Militar acompanhou a manifestação com soldados do Batalhão de Grandes Eventos, especialmente treinados para atuar em manifestações de rua.


Agência Brasil e CUT, com edição da Redação – 9/12/2015

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