O banco Santander, que tem no Brasil seu maior lucro mundial, utiliza as novas regras da Reforma Trabalhista e faz mudanças para reduzir seus custos com os funcionários. A categoria bancária tem seus direitos assegurados até o mês de agosto de 2018, quando termina o acordo de dois anos, aprovado em 2016.
Haverá um ato nacional nesta quarta-feira (20) em todas as agências do banco Santander, com concentração na Torre do Santander (Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2235 - Vila Olimpia, São Paulo), a partir das 09h.
“A direção do banco impõe um acordo individual de banco de horas e o fracionamento das férias, ancorados pela Reforma Trabalhista. A nova lei permite a negociação direta entre empresa e trabalhador nesses dois temas, em uma correlação desigual de poder, na qual o empregador pode impor sua vontade sobre a prerrogativa de demitir o empregado caso não aceite os termos. Cobramos do banco a revogação dessas medidas e abertura de negociação”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região “Não podemos aceitar que o banco Santander tenha lucro de R$ 7,9 bilhões nos primeiros nove meses deste ano, um crescimento de 34,6%, reduza 1,3 mil postos de trabalho desde setembro de 2016 e ainda queira lucrar retirando direitos dos trabalhadores”.
O banco também anunciou que, a partir de março, o salário passará a ser creditado no dia 30 e não mais no dia 20. E o décimo terceiro, que era pago em março e novembro, passará para os meses de maio e dezembro.
"Esse acordo é inconstitucional. Pela Constituição, bancos de horas somente podem ser negociados em acordos ou contratos coletivos", afirmou a diretora executiva do Sindicato, Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial, e funcionária da Santander. “O banco está se notabilizando por práticas antissindicais e escândalos de lavagem de dinheiro em todo o mundo. Lutamos para manter o acordo de neutralidade nos EUA eaguardamos uma resposta do banco, que mantem no Brasil seus lucros crescentes e, como concessão pública, têm a obrigação de gerar emprego e contribuir para a melhoria da economia e o desenvolvimento do país e não prejudicar seus funcionários e aumentar os bônus milionários aos seus executivos e o lucro dos seus acionistas”.
Ato – Haverá um ato no dia 20 em todo o país. Em São Paulo, trabalhadores participam de mobilização em frente à torre do Santander, a partir das 09h.
Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
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