O Sindicato dos Bancários de São Paulo e a Apcef-SP reuniram-se com vice-presidentes da Caixa, na sexta-feira 6, e entregaram ofício direcionado ao presidente, Pedro Guimarães, cobrando explicação sobre a reestruturação da rede de agências, anunciada após reunião da direção do banco, no início de dezembro.
> Sindicato cobra fim de reestruturação na Caixa
A reestruturação prevê mudanças na rede de atendimento, com segmentação de clientes, agência exclusivas para atender grandes empresas e alta renda, extinção da função de tesoureiros e redução da quantidade de gerentes. São mudanças que, se implementadas, prejudicarão os empregados.
Ao movimento sindical, a direção da Caixa nega que a reestruturação já tenha sido aprovada, e alega que está ouvindo os trabalhadores antes de sua implantação.
“A Caixa é obrigada, segundo nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a discutir qualquer reestruturação com os empregados. Além disso, foi acordado em mesa com o banco que teríamos reuniões bimestrais de negociação e a de dezembro foi adiada para 15 de janeiro. Ou seja, o banco, ao anunciar uma reestruturação sem conhecimento dos trabalhadores e ao adiar a reunião bimestral, está descumprindo o ACT e o que foi acordado em mesa. É um total desrespeito com os trabalhadores e com os canais de negociação”, critica o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa André Sardão. “O Sindicato está cobrando a manutenção do canal de negociação e o diálogo sobre esse processo de restruturação”, acrescenta.
O dirigente reforça que as mudanças prejudicam os bancários da Caixa. “Uma delas é o fim da função de tesoureiro. Nem em streaming com os empregados da Caixa, divulgado no dia 6 de dezembro, ficou claro o que acontecerá com os atuais tesoureitos. Se migrariam para a função de gerente operacional ou se simplesmente ficariam sem função”, diz André, acrescentando que o Sindicato já vem cobrando da Caixa o respeito ao trabalho dos tesoureiros.
Outra medida seria a redução do número de funções gerenciais, entre elas gerentes PJ e gerentes GOV. “Aparentemente essas funções seriam realizadas pelo GAN (gerente de atendimento e negócios), que ganha 44% a menos. Ou seja, o GAN executaria esses serviços ganhando menos. Isso é um absurdo!”, denuncia André.
Caixa 100% pública
A reunião de sexta-feira 6, foi com os vice-presidentes de Finanças e Controladoria, Gabriel Goes, de Tecnologia e Digital, Cláudio Salituro, com o gerente da Gipes/SP, Marcus Mirandola, o superintendente da SR Paulista, Clayton Carneiro e com o superintendenteda Sured, Robert Kennedy.
Na ocasião, os representantes dos trabalhadores também reiteraram a defesa da Caixa 100% pública e criticaram a perda de mercado pelo banco neste ano. “Questionamos se essas medidas de reestruturação da rede de atendimento vão fazer a Caixa crescer ou se vão resultar em maior perda de mercado”, informa André Sardão.
“Também criticamos a falta de transparência no processo, assim como foi com as demais reestruturações, e vamos continuar cobrando negociações e respostas para as dúvidas que estão preocupando os funcionários”, acrescenta.