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População de Osasco condena exploração dos bancos

Linha fina
Caminhada no calçadão lançou Campanha Nacional 2015 na região; comerciantes e moradores apoiaram manifestação e se juntaram na luta por mais empregados e menos abusos
Imagem Destaque

São Paulo – “Irmãos e irmãs: não deixem os bancos sugarem vocês. Irmãos bancários, participem das assembleias, vamos nos unir ao Sindicato e lutar contra a falta de funcionários. Vamos lutar pela população e trabalhadores serem valorizados . Banqueiros, tenham vergonha na cara! Exploração não tem perdão!” O personagem, vestido de branco, representava a luta da categoria bancária no ato lúdico realizado na sexta-feira 21, em Osasco, para o lançamento da Campanha 2015. Ao seu lado, as já conhecidas caveirinhas, símbolo da exploração dos bancos. Por onde elas passam é sucesso garantido.

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O teatro, a bateria da Tom Maior, a Rádio dos Bancários e as peças da campanha Exploração Não Tem Perdão chegaram com alegria à população de Osasco, mas o assunto retratado com tantas cores é sério e os cidadãos não só entenderam o recado como abraçaram a causa: “É muito bacana eles [bancários] quererem aumento sem deixar de pensar em mais funcionários pra atender a gente. Tem que cobrar mesmo dos bancos. Aqui perto tem uma agência do Itaú que é grande, mas só tem três caixas. É um absurdo”, disse Amir da Silva, manobrista.

Pelo mesmo motivo Cleuza Ribeiro, que trabalha há 35 anos vendendo cachorro-quente no calçadão, apoiou o ato. “Está divertido, com anjos e caveiras e os cartazes coloridos. Mas nossa realidade está retratada aí. Só assim pra chamar atenção do povo. Eu que uso muito as agências aqui apoio esse protesto. Mesmo sendo cliente preferencial, enfrento filas nos caixas exclusivos. Não sei usar o caixa eletrônico, então preciso que os bancos chamem mais caixas, vai ajudar muito se eles ouvirem vocês."

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Silvana Santos da Silva, comerciante na região quatro anos, ressaltou: “Eles ganham muito dinheiro, é ganância mesmo. Não é justo a gente pegar tanta fila em agência”. A ganância é um dos “pecados do capital” da Campanha 2015 além de: terceirização, assédio, ostentação, mentira, discriminação e irresponsabilidade.

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Emprego – A defesa do emprego é prioridade entre as reivindicações deste ano. Exigência da categoria apoiada por Augusto César, optometrista que utiliza uma das agências do Bradesco do calçadão. Ele ficou surpreso quando o local foi tomado pelas caveiras, que entraram na unidade para interagir com os bancários.  “Acho correto. O spread bancário brasileiro é um dos maiores do mundo. Tem exploração do cliente e do trabalhador. Precisa fazer reivindicações e exigir mudança.”

“Muitas vezes o atendimento é péssimo e não por culta do trabalhador, mas do banco que não contrata mais funcionários. As filas são enormes e a postura dos bancos é desrespeitosa com a população. Esses dias, o próprio caixa no Itaú me ofereceu seguro residência e outros produtos, mesmo com uma fila enorme pra ele atender. Ele deve ser obrigado a fazer isso. O bancário preciso reivindicar mais respeito, mesmo. Por isso apoio essa manifestação”, destacou Roberto Barros, assistente administrativo, enquanto acompanhava o ato.

Jornada de luta – A Campanha Nacional Unificada é uma verdadeira jornada de luta. As decisões são tomadas com transparência. Depois da conferência estadual e da nacional com a aprovação da pauta, as reivindicações foram entregues à federação dos bancos (Fenaban), que reúne representantes de instituições privadas e públicas. No dia 19 ocorreu a primeira negociação geral entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban para tratar de emprego.

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O próximo debate será da pauta específica dos funcionários do Banco do Brasil, no dia 24, sobre emprego, contratações e condições de trabalho. No dia 27 a negociação é sobre o acordo específico dos empregados da Caixa Federal e vai abordar saúde e segurança. No dia 2 e 3 de setembro os representantes dos bancários voltam a debater com a Fenaban saúde e condições de trabalho.

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Gisele Coutinho – 21/8/2015

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