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Ranking mascarado revolta gerentes no Bradesco

Linha fina
Painel de indicadores de agências, com classificação por cores, expõe áreas administrativas das unidades; Sindicato se opõe à prática
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São Paulo – Os gerentes administrativos do Bradesco estão sendo cobrados com um painel que indica, por diferentes cores, como estão cinco questões nas unidades: horário de fechamento do F Log, que encerra todas as operações no sistema no dia; reclamações do Banco Central; queixas de clientes pelo Alô Bradesco; tempo de filas e horas extras. Cada item leva as cores verde, amarela, vermelha e preta, com “carinhas” felizes ou tristes, conforme o desempenho.

O painel corre diferentes agências ao ser distribuído por e-mail. A unidade que apresenta as cores preta ou vermelha, que representam resultados negativos, é mostrada em reuniões.

“Eles expõem a agência, mas quem fica exposto é o gerente. Essa prática é condenada pelo Sindicato. A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) já veda a exposição pública de ranking individual de seus empregados, conforme a cláusula 36. Essa forma de expor o desempenho das agências não deixa de ser um ranking”, afirma o diretor do Sindicato Alexandre Bertazzo.

“Com falta de funcionários, as filas são enormes e sobra trabalho. Com a tarefa de processar envelopes, algo realizado principalmente no fim do dia, os trabalhadores são obrigados a fazer hora-extra para dar conta de todo o serviço. O Bradesco não dá condição para que esse desempenho avaliado seja sempre positivo. Ou seja, é cobrança abusiva porque impossível de ser cumprida”, detalha o dirigente.

Para o diretor do Sindicato, esse painel vem junto com o projeto de atendimento no Bradesco, implantado desde 2014. Composto de medidas como redução do número de autenticações nos caixas, triagem para atendimento só de correntistas e internalização do processamento de envelopes – até o momento, sem aumento dos postos de trabalho, o que sobrecarrega todos os funcionários –,  o novo formato está sendo analisado pelo movimento sindical, principalmente no que diz respeito a seus impactos nas condições de trabalho.

“Estamos de olho e não vamos tolerar nenhum desrespeito aos direitos”, afirma Bertazzo, ao ressaltar que os bancários precisam continuar a denunciar ao Sindicato.

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Mariana Castro Alves, 26/1/2015

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