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Bibliotecários convocam ato contra privatizações

Linha fina
Manifestantes farão abraço simbólico ao Centro Cultural São Paulo, no dia 25, em defesa da cultura pública; protesto é contra transferência das administrações desses órgãos públicos a OS
Imagem Destaque
Danilo Motta – Spbancarios
16/01/2016

São Paulo – O secretário municipal de Cultura de São Paulo, André Sturm, anunciou que pretende entregar a administração do Centro Cultural São Paulo (CCSP) e 54 bibliotecas da cidade a Organizações Sociais (OS), entidades privadas que administram órgãos públicos. Como reação, um grupo está organizando, pelo Facebook, um ato no CCSP para o próximo 25 de janeiro, aniversário da cidade.

> Usuários criticam plano de privatização do CCSP

Até a tarde desta terça-feira 17, o evento já tinha mais de 3,7 mil confirmados ou interessados e mais de 5,4 mil convidados. Está marcado para às 12h. Os participantes darão um abraço simbólico no prédio do CCSP (Rua Vergueiro, 1000, Paraíso) contra as privatizações e em defesa da cultura pública.

“Nós, bibliotecários, lutamos há muitos anos para melhorar os serviços oferecidos nas bibliotecas. Para que seja um espaço agradável, acolhedor, de acesso à informação, com mediação de qualidade, que inclua crianças, idosos, pessoas com deficiência, e que seja aberto à sociedade, aos coletivos culturais periféricos e a todos que se interessem”, informa a descrição do evento.

“Todo esse esforço e toda a gestão cultural pública construída está ameaçada pela proposta de privatização do sistema pelo senhor secretário de governo, André Sturm sob a gestão neoliberal do prefeito João Dória”, completa a chamada para a manifestação.

Segundo uma das bibliotecárias organizadoras da manifestação, o CCSP foi escolhido para o ato simbólico por concentrar uma séria de atividades gratuitas e estar situado numa região central, capaz de mobilizar a opinião pública.

“É um abraço simbólico no CCSP, que está aí bem no coração da cidade. Chama mais a atenção da opinião pública do que bibliotecas mais distantes, apesar de estas terem tanta ou mais importância que o CCSP. Você imagina um centro cultural onde você tem peças de teatro, exibição de filmes, shows, tudo gratuito, uma biblioteca que é referência em braile... É muita coisa que está em jogo para você passar para as OSs”, explicou a bibliotecária, que preferiu não se identificar.

Segundo ela, na quinta-feira 19 haverá uma plenária para discutir novas ações de resistência. Será no Centro de Formação 18 de Agosto (Rua Barão de Itapetininga, 163, 2º andar), às 17h30.

“A gente vai pensar as articulações para resistir a essa proposta de privatização. O abraço é uma delas, é mais simbólico. A ideia é chamar a atenção para a gravidade do que está acontecendo. A gente sabe que a privatização começa na cultura, que é sempre o lado mais frágil atingido, só que vai ser expandida. Todas as áreas da cidade estão ameaçadas pela ideia do estado mínimo. E é muito complicado você querer lucro em cima da cultura, isso não existe”, criticou a organizadora.

A convocatória para o ato traz, também, outras reivindicações, como mais profissionais concursados, mais editais de apoio à cultura e formação continuada para profissionais que já trabalham no setor.

“O que a gente precisa é de mais pessoal e, para isso, pede a chamada imediata dos aprovados em concurso público, treinamento do pessoal que já trabalha nas bibliotecas, e mais editais de cultura, para que continue sendo esse espaço aberto e não vire decadente com a administração das OSs”, conclui. 
 
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