O Banco de Brasília (BRB) tirou do ar nesta terça-feira (14) um curso de formação online destinado aos gerentes gerais e de negócios do banco carregado de machismo. O curso chamou a atenção dos dirigentes do Sindicato dos Bancários de Brasília, que cobrou que o banco retirasse o conteúdo impróprio do ar.
Os trabalhadores, homens e mulhere, foram obrigados a fazer o curso que tinha conteúdos como uso obrigatório de maquiagem para as mulheres, depilação de sobrancelhas, buço, pernas e axilas, uso de perfume na “parte interna das coxas”, além de cuidados básicos, como tomar banho e escovar os dentes.
Após denúncia dos bancários que foram expostos ao conteúdo, o sindicato local entrou em contato com o BRB, que disse que reformulará o curso antes de disponibilizá-lo novamente aos funcionários.
O diretor de Relações Sindicais do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Dionisio Reis, reforça a importância da denúncia dos trabalhadores para que as entidades possam agir contra casos como este.
"O curso oferecido pelo BRB é machista e misógino, reforçando padrões de uma feminilidade construída, e que não pode ser imposta sobre a mulher. A denúncia dos trabalhadores faz com que possamos agir e garantir que ninguém seja exposto a uma situação vexatória como esta e que os direitos de escolhas das mulheres seja respeitado", disse o dirigente sindical.
A secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, acrescenta sugerindo que os dirigentes do Banco de Brasília leiam a Cartilha de Valorização da Diversidade e promova debates sobre a equidade entre homens e mulheres na sociedade e nos locais de trabalho.
"Seria mais relevante discutir como evitar o assédio sexual entre colegas de trabalho e clientes, por exemplo", finaliza Neiva.