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Nem ‘Multi-Homem’ dá conta do serviço no Itaú

Linha fina
Sindicato flagra agência na zona norte com apenas um funcionário para atender toda área comercial
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São Paulo – Na década de 1980, o célebre personagem Multi-Homem, do clássico desenho animado Os Impossíveis, tinha como superpoder multiplicar-se em centenas de “cópias” para poder dar conta de combater ao lado de seus parceiros os terríveis vilões que ameaçavam a Terra, sempre com sucesso. Mas, se ele tivesse de trabalhar no Itaú, provavelmente não daria conta do recado.

Em visita às agências da zona norte da cidade de São Paulo, dirigentes sindicais flagraram uma unidade onde apenas um funcionário se desdobrava para dar conta de toda a demanda diária da área comercial. Sozinho – e sem superpoderes – tem de atender clientes pessoalmente, por telefone, vistar documentos da área operacional e, no “tempo livre”, cuidar de eventuais problemas causados pelo travamento das portas de segurança.

“É inacreditável que um banco que lucra bilhões e bilhões todos os anos, batendo recorde atrás de recorde em seus balanços, tenha a pachorra de manter um único funcionário para cuidar de toda a área comercial de uma agência”, afirma a diretora do Sindicato e funcionária do Itaú Márcia Basqueira. “O trabalhador, por exemplo, não tem tempo nem para ir ao banheiro e só consegue almoçar após as 17h, quando o expediente, que começou às 10h, termina.”

Após se deparar com a situação na segunda 27, o Sindicato entrou em contato com o banco e, na terça 28, foi deslocado um segundo funcionário para atuar na área comercial da agência. Na quarta 29, porém, ele não foi mais enviado. “Parece que o banco só mandou para um dia apostando que não voltaríamos lá depois, mas deram com os burros n’água, pois estamos muito atentos a isso”, acrescenta Márcia.

Novamente o Sindicato entrou em contato com a direção do Itaú, que ficou de dar uma solução de verdade para aquela unidade. “Estamos em cima. Não podemos aceitar que os cofres do banco fiquem abarrotados às custas da qualidade de vida e da saúde dos funcionários”, afirma.

Márcia finaliza alertando os bancários para denunciarem situações semelhantes. “Pegamos essa em uma visita de rotina, mas o quadro absurdo pode se repetir em outros lugares e precisamos da ajuda dos trabalhadores para sermos ainda mais eficientes na fiscalização.”


André Rossi – 29/2/2012

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