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Ato contra assédio arranca reunião com Santander

Linha fina
Sindicato atrasa abertura de agência na Rua Augusta após denúncias contínuas de trabalhadores sobre gestão na unidade; banco marcou reunião para terça 24
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São Paulo – As denúncias de assédio moral na agência do Santander na Rua Augusta, nº 2.941, começaram em 2014. Logo o Sindicato tomou as medidas previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com apuração do caso junto à instituição financeira. “Fomos até o local, conversamos com bancários, o banco então iniciou o processo de monitoramento e passado o prazo de 45 dias, estipulado pela CCT, cobramos a solução. No entanto, o banco ultrapassou o prazo para a apuração e alega não procedente a denúncia dos trabalhadores. Consideramos um equívoco, uma vez que em visita antes e durante a apuração, 70% confirmaram as ações abusivas”, explica a dirigente sindical Wanessa Queiroz.

Nesta quinta-feira 19, a unidade ficou fechada até meio-dia. A paralisação arrancou reunião com o RH do banco, prevista para terça-feira 24. “O protesto é para ressaltar que existe o canal de denúncia e acompanhamento para o combate de assédio moral, uma conquista da categoria, acordado com os bancos, mas a medida vem sendo desrespeitada. Combateremos o assédio moral com protestos, fechamento da agência, até que o banco tome providências”, destaca Wanessa.

As denúncias continuam e a vida dos trabalhadores do Santander nesta agência virou um pesadelo. O setor de Relações Sindicais do banco não reconhece a prática de assédio na unidade, mas se comprometeu em acompanhar a agência por seis meses. “Os bancários estão no limite. Esperar mais seis meses complicará ainda mais a vida desses trabalhadores. Pedimos que os funcionários não cessem as denúncias, pois continuaremos cobrando uma solução. Se o Santander nega a existência de assédio moral na agência, o que dizer sobre as denúncias constantes dos trabalhadores?”, questiona Wanessa.

Hora do pesadelo – O horário de expediente na agência também pode ser chamado de hora do pesadelo para vários funcionários. Em mensagens ao Sindicato, trabalhadores denunciam cobranças vexatórias para atingir metas durante todo o dia em reuniões e por e-mail, trabalho fora do horário de expediente e alguns não podem ir embora enquanto não atingem a meta de seguro.

Vale ressaltar que o acordo específico dos funcionários do Santander prevê reuniões rápidas, limitadas a 30 minutos, pela manhã, sempre durante a jornada de trabalho e os gestores devem evitar tom de cobrança e não podem expor a equipe ou o funcionário individualmente.

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O Sindicato aguarda que o Santander reoriente o responsável pela gestão da unidade na Rua Augusta para eliminação dos problemas. “Cobramos uma solução, mesmo que seja a realocação desta pessoa para outra unidade. Não temos mais como esperar. A pressão e o assédio exercido pela gestão afeta, além do resultado no trabalho, a saúde dos bancários”, conclui Wanessa.


Gisele Coutinho – 19/2/2015 (atualizada em 23/2, às 15h30)
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