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Exames vão avaliar morte cerebral de Marisa

Linha fina
Médicos preveem dois antes de se concretizar operação de doação de órgãos. Na quinta 2, Lula recebeu adversários. Hostilidades nas ruas e redes sociais preocupam ex-presidente
Imagem Destaque
Rede Brasil Atual
3/2/2017


São Paulo – A ex-primeira-dama dona Marisa Letícia deve passar nesta sexta-feira 3 por um protocolo de avaliação de morte cerebral. De acordo com as regras dos procedimentos médicos, a avaliação pode se estender ao longo do dia. A equipe de comunicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que o primeiro está previsto para o meio-dia, e o segundo pelo menos seis horas depois.

Somente após essas etapas se poderá atestar a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais. O processo de doação de órgãos, segundo a equipe, só pode ocorrer após o protocolo. “Agradecemos mais uma vez todo o carinho dos que querem prestar suas últimas homenagens à nossa querida Dona Marisa Letícia”, diz o informe. O velório de Marisa será na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e aguarda definição de data e horário.

O ex-presidente Lula recebeu as visitas de adversários políticos nesta quinta-feira 2. À tarde, teve encontro de cerca de uma hora com Fernando Henrique Cardoso – a quem também visitara por ocasião da morte de dona Ruth Cardoso, em 2008, quando Lula estava na presidência da República e decretou três dias de luto oficial.

À noite, chegaram ao Hospital Sírio-Libanês o presidente Michel Temer, acompanhado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Moreira Franco (nomeado ontem para o posto de chefe da Secretaria-Geral, criada ontem com status de ministério), José Serra (Relações Exteriores) e Helder Barbalho (Integração Nacional). Participaram da comitiva o ex-presidente José Sarney, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), Eduardo Braga (PMDB-AM), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), eleito presidente do Senado.

As autoridades chegaram de van e foram recebidas aos gritos de “golpistas” por um grupo de pessoas concentradas na entrada principal.

A visita da comitiva teve o aval de Lula. Segundo um dirigente petista, o gesto do ex-presidente teve o objetivo de demonstrar que as divergências devem ser tratadas como tal, e “não podem estar desacompanhadas de relacionamento humanizado e respeitoso, capaz de proporcionar o diálogo e busca de entendimentos onde forem possíveis”.

Ainda de acordo com esse dirigente, que elogiou a visita dessas autoridades, a porta principal poderia ter sido evitada. “Com seu gesto de acolher os adversários políticos, Lula sinalizou que é necessário desestimular o ambiente de ódio e hostilidades que às vezes se manifesta nas ruas ou nas redes sociais, e que não corresponde ao sentimento majoritário do povo brasileiro.”
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