São Paulo – A privatização de distribuidoras da Eletrobras foi anunciada na segunda-feira 19 pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) como um dos 15 projetos prioritários para a área econômica. A medida, no entanto, foi novamente criticada por especialistas, que reafirmam um inevitável aumento nas contas de luz. Leia a íntegra da reportagem do Brasil de Fato.
Para Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da empresa, nenhum interesse nacional ou da população será favorecido. "A privatização é um negócio de interesse dos grupos financeiros que têm ideias de controlar o setor elétrico brasileiro, principalmente estrangeiro. E o governo faz o papel de servir a eles. Tem muito pouco interesse para o Brasil. O consumidor vai ter, é quase certo, que pagar uma tarifa mais alta, particularmente o consumidor residencial", afirma.
A Eletrobras é responsável por um terço da geração de energia do Brasil. Sua privatização foi anunciada pelo governo ilegítimo pela primeira vez em agosto de 2017. O aumento da tarifa com a privatização aconteceria devido a descotização das distribuidoras que seriam leiloadas. Em 2013, o valor das usinas foram amortizados, e o governo estabeleceu um sistema de cotas, por meio do qual o valor delas diminuiu.
"A energia, que estava sendo vendida a R$ 200 (a cota), começou a valer aproximadamente R$ 40. Com isso, a energia gerada pelo sistema Eletrobras passou a ser a mais barata do Brasil. Na proposta do governo, eles trazem a volta da tarifa anterior, descotizam. Tem um aumento imediato de 17% calculado pela Agência Nacional de Energia Elétrica", explica Fabíola Latino Antezana, secretária de Energia do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU-DF).
O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho (PSB), no entanto, vem anunciando que com a privatização, as contas de luz seriam amortizadas por meio de um fundo que receberia recursos de indenizações da Eletrobras.