São Paulo – Os delegados sindicais da Caixa reuniram-se na sede do Sindicato na quarta-feira 31. O encontrou contou com a participação de João Sicsú, economista e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Entre os temas abordados, dois tiveram maior destaque no encontro: a organização de uma greve geral contra a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Temer, que pode ser votada ainda em fevereiro na Câmara dos Deputados; e a discussão de formas de mobilizar os trabalhadores da Caixa e sensibilizar a sociedade para defender o banco público dos ataques que sofre do governo Temer.
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“Os delegados sindicais estão convencidos da importância da construção de uma participação maciça dos empregados da Caixa para a mobilização contra a reforma da Previdência, que afasta da aposentadoria pública milhões de brasileiros”, relata o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico.
Sobre as formas de ampliar o engajamento dos empregados e da sociedade na defesa da Caixa, Chico lembra a importância de manter contato próximo com os trabalhadores, por intermédio de plenárias e reuniões nos locais de trabalho. Além disso, destaca que é essencial estreitar laços com segmentos organizados da sociedade, contrapondo as inverdades que o governo e o mercado disseminam através de seus porta-vozes nas mídias de massa.
“Não podemos dissociar os retrocessos que os empregados da Caixa têm vivido e os ataques que tem suportado do atual momento que o país atravessa. O interesse de quem pauta as ações do governo é exatamente fragilizar as empresas públicas, o que se reflete também na retirada de direitos de seus trabalhadores e piora das condições de trabalho. A prestação de serviços à população também é afetada pelos cortes feitos pelo governo, que tenta tirar a importância que a Caixa tem na vida das pessoas. Por isso, não devemos tratar a situação como se fosse um problema exclusivamente de relações de trabalho, pois nossa situação como trabalhadores depende do futuro que se desenha para a sociedade", avalia o dirigente.
Na reunião, os dirigentes sindicais deram informes sobre as resoluções CGPAR e como elas afetam o Saúde Caixa; das alterações no estatuto da Caixa; das ameaças aos direitos conquistados nas campanhas nacionais desde 2003; da reestruturação; verticalização; incorporação; Bônus Caixa; CPA-20; Campanha Nacional de 2018; e capitalização do banco.
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Os bancários interessados em realizar reuniões nos locais de trabalho sobre a atual conjuntura política e econômica do país, e como a Caixa e seus empregados inserem-se nesse contexto, devem preencher o formulário no final da matéria. Dirigentes do Sindicato entrarão em contato. O sigilo é garantido.
Delegados - Os delegados sindicais exercem função fundamental na organização dos empregados por melhores condições de trabalho, mais direitos e remuneração mais justa.
“Eles levam os problemas dos locais de trabalho e as demandas dos empregados ao Sindicato, que por sua vez cobrará a direção da Caixa. Também são responsáveis por levar as informações e convocações da entidade aos locais de trabalho. São essenciais para a construção de nossas reivindicações, visando a participação da base nesse processo”, explica Chico.
Em 2018 ainda serão realizadas eleições para delegados sindicais. Locais de trabalho com até 100 empregados, podem eleger um delegado sindical; entre 101 a 200, podem escolher até dois; de 201 a 300, até três; de 301 a 400, quatro delegados; e locais com a partir de 401 trabalhadores, elegem até cinco representantes.
Ao delegado sindical é garantida, além da estabilidade no emprego, a inamovibilidade, que consiste na impossibilidade de transferência sem a anuência do bancário, garantindo assim a atuação no local de trabalho.