Agências sem ar-condicionado, com problemas de furto de cabos de energia e até sem banheiros suficientes. Esta é a realidade que a Super ADM do Banco do Brasil teria de lidar e resolver, mas se mostra inapta a solucionar tais problemas.
A Superintendência de Administração do Banco do Brasil foi criada em 2018 para gerir toda a parte logística, operacional e estrutural dos locais de trabalho. Sua função seria concentrar as demandas das agências e lidar com os trâmites necessários para a solução, como abrir licitações ou acionar outros setores do banco. Entretanto, a grande demora para sanar os problemas apresentados revela um profundo descaso, que faz com que os bancários tenham de trabalhar em situações muitas vezes desumanas.
Nesta sexta-feira 1º, por exemplo, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região paralisou as atividades de duas agências por conta das péssimas condições de trabalho. Na Avenida Rio Pequeno, no Butantã, além da estrutura precária, os constantes furtos de aparelhos de ar-condicionado – e até de cabos de energia – contribuem para as altas temperaturas que, somadas à falta de funcionários, têm causado extremo desgaste em quem trabalha no local. Para pressionar o banco por uma solução, os dirigentes realizaram junto com a paralisação, uma distribuição de geladinhos para os presentes.
“Foi uma forma lúdica de chamar a atenção para o problema. Os bancários estão trabalhando em condições precárias, e os clientes têm que enfrentar altas temperaturas dentro da agência”, afirmou a dirigente sindical Priscilla Semencio.
“O elevador para deficientes foi vandalizado há meses e até o momento não foi concertado. A espera para atendimento no forno é um caos também”, afirmou uma cliente da unidade.
Ainda pela manhã, o banco enviou técnicos para agilizar os reparos. O primeiro andar já está com ar-condicionado e o segundo em processo de finalização (veja fotos ao final da matéria).
“Para se ter uma ideia, em 2018 foram oito arrombamentos na agência, sendo dois apenas em outubro. Todos esses furtos prejudicaram a estrutura da agência, uma vez que foram levados fios de cobre e peças do ar-condicionado. Em todos esses casos a Super ADM foi informada, mas o descaso foi tão grande que não foi dada uma solução definitiva. Várias tratativas foram feitas e até hoje não conseguiram que a Super ADM se dignasse a respeitar os colegas nesta situação. Continuaremos a fazer atividades para denunciar caso a Super ADM continue agindo como se fosse bom ficar na Avenida Paulista enquanto outros colegas passam por sufoco”, completou Priscilla.
Zona Sul
Também na manhã de sexta 1º, o Sindicato esteve presente na Avenida João Dias, em Santo Amaro, paralisando a agência em protesto contra o descaso da Super ADM com os funcionários e clientes da unidade, que está desde dezembro sem ar-condicionado. O Sindicato já vinha cobrando uma solução, mas o BB não garantiu nenhum prazo para resolvê-lo.
“Somente agora o serviço começou a ser feito, mas o clima lá dentro, mesmo com os ventiladores, está insuportável. A Super ADM existe justamente para ser uma espécie de centralização desse tipo de atendimento interno, só que pelo visto não tá funcionando, porque eles chegam a demorar 40 dias para resolver um problema simples de ar condicionado. Para piorar, não dão uma solução para o bancário nem para outras regionais ou superintendências que estão solicitando a ajuda deles”, afirmou Antonio Netto, dirigente sindical e bancário do BB.