A taxa média de desemprego caiu de 12,3%, em 2018, para 11,9%, em 2019, mas o que mais aumentou foi a informalidade, que bateu novo recorde, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada na sexta-feira 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 1,8 milhão de vagas geradas em 2019, 446 mil foram sem carteira assinada; e a maior parte, 958 mil, são ocupações de trabalhadores por conta própria, dos quais 586 mil sem CNPJ.
No trimestre encerrado em dezembro, 12,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras estavam desempregados. O número recuou levemente em relação a 2018 (1,7%), mas se comparado com o menor dado da série, registrado em 2014, quando o país registrou 6,8 milhões de desempregados, quase dobrou, crescendo 87,7% em cinco anos.
Informalidade é a maior desde 2016
A informalidade atingiu 41,1% da população ocupada, o equivalente a 38,4 milhões de trabalhadores. Este é o maior contingente de informais desde 2016.
Informais são trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
Os sem carteira
- o setor privado contratou 11,6 milhões de trabalhadores - exceto empregados domésticos - sem carteira assinada, em 2019 (o aumento foi de 4% em relação a 2018 e é o mais alto patamar da série histórica iniciada em 2012).
Por conta própria
- no trimestre encerrado em dezembro, a PNAD registrou um total de 24,6 milhões de trabalhadores atuando por conta própria. A maior parte desses trabalhadores, 19,3 milhões, não tinham CNPJ.
São 3,9 milhões a mais de trabalhadores por conta própria desde 2012.
Na comparação com 2018, o aumento foi de 4,1% (958 mil).
Subutilização
O total da população subutilizada na força de trabalho, que inclui trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial -, chegou a 27,6 milhões em 2019, o maior valor da série e 79,3% acima do menor patamar (15,4 milhões), apurado em 2014.
Trabalho doméstico
O número de trabalhadores domésticos chegou a 6,3 milhões, permanecendo praticamente estável em relação à estimativa de 2018 (6,2 milhões). Mas o número de pessoas com carteira assinada caiu 3%, de 1,819 milhão para 1,764 milhão, enquanto o contingente sem carteira assinada manteve-se estável, somando 4,5 milhões.
Emprego com carteira assinada
O maior destaque foi o aumento de 1,8% no contingente de empregados no setor privado com carteira assinada, em relação ao trimestre anterior, atingindo 33,7 milhões; enquanto o número de trabalhadores sem carteira assinada permaneceu estável, com 11,9 milhões.
No confronto com o trimestre de outubro a dezembro de 2018, houve expansão de 2,2% no número de trabalhadores com carteira (acréscimo de 726 mil pessoas); e de 3,2%, no de trabalhadores sem carteira representando um adicional estimado de 367 mil pessoas.
Confira aqui mais dados da pesquisa.