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Chapéu
Luta

Todo apoio aos petroleiros

Linha fina
Contra demissões, desrespeito ao acordo coletivo da categoria e desmonte da estatal, trabalhadores da Petrobras protagonizam maior greve desde 1995
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Foto: Gilbran Mendes/CUT-PR

Os petroleiros estão em greve desde 31 de janeiro. O estopim para o movimento, que já é o maior promovido pela categoria desde 1995, foi o anúncio da demissão em massa dos funcionários alocados na Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados), do Paraná, que será fechada, e o descumprimento do Acordo Coletivo firmado entre os sindicatos e a empresa.

Porém – sem deixar de lado o objetivo inicial, a suspensão da demissão de 144 trabalhadores na Fafen – a greve dos petroleiros ganhou novos contornos e se transformou em um grande movimento contra a privatização e de defesa da Petrobrás enquanto empresa estatal, que deve atuar em benefício do desenvolvimento do país e da população brasileira.

> Leia editorial da Folha Bancária 6.226

Para chamar a atenção da população para a política econômica do governo Bolsonaro, que inclui o desmonte do estado e o sucateamento de empresas como a Petrobras, além da dolarização que eleva preços ao consumidor, o Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco e da Paraíba (Sindipetro PEPB) vendeu 200 botijões de gás a R$ 35, preço que eles consideram justo.

Petroleiros vendem botijão de gás por preço justo (Foto: FUP)

“O povo paga caro no gás de cozinha e no combustível por causa da política de preço internacional e o dólar, quando não era para ser seguido. A gente tem nossas refinarias, com capacidade para produzir 2,6 bilhões de barris por dia, mas estão operando à capacidade de 2,4 bilhões de barris/dia. O governo reduz a carga das refinarias a 60% e abre mercado para trazer de fora, quando somos autossuficientes e diesel e gás de cozinha. Precisaríamos de importar um pouco de gasolina apenas”, explica Rogério Soares de Almeida, coordenador geral do Sindipetro PE/PB.

A greve dos petroleiros já conta com a mobilização de 20 mil trabalhadores em 116 unidades da Petrobras em 12 estados.

“O Sindicato manifesta total apoio aos petroleiros. Além de reivindicar respeito ao seu acordo coletivo, reiteradamente desrespeitado pela direção da empresa, e a suspensão da demissão em massa na Fafen, os petroleiros transformaram o movimento em um manifesto em defesa da soberania do Brasil, da nossa maior empresa, que está sendo desmontada à luz do dia”, enfatiza a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro.  

“A política privatista deste governo, com a venda de refinarias e outras subsidiárias, somada a atual política de preços da Petrobras, impacta diretamente na população com o altíssimo preço da gasolina e gás. Política de desmonte que não mira só a Petrobrás, e sim todas as estatais. Casa da Moeda, Correios e bancos públicos como BB e Caixa, que passam por profundo processo de desmonte, são exemplos de estatais que estão na mira de Bolsonaro. A greve dos petroleiros interessa, impacta e deve ser apoiada por toda a sociedade”, conclui Neiva.

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