O Instituto Marielle Franco, Justiça Global, Terra de Direitos e Criola iniciaram uma campanha que pede investigação e proteção a três parlamentares negras e trans que sofreram grave violência política. Duas delas sofreram atentados à vida, quando tiros foram disparados contra as suas casas. A terceira foi ameaçada em seu próprio gabinete. Os ataques ocorreram justamente na semana da visibilidade trans, celebrada em 29 de janeiro.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, por meio do Sindicato Cidadão, apoia esta campanha. "No Brasil, persiste um cenário perverso para que assassinatos como o de Marielle Franco continuem ocorrendo, não tendo o poder público agido desde a sua morte para evitar a repetição de crimes políticos tão bárbaros quanto esse às mulheres negras e transexuais, que têm sido eleitas para exercer mandatos políticos", diz Anderson Pirota, coordenador do Coletivo LGBT do Sindicato dos Bancários.
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Para o dirigente sindical e Conselheiro Municipal LGBT de São Paulo é dever do Estado garantir segurança para que elas possam exercer seus mandatos e incentivar cada vez mais mulheres negras e trans a ocuparem espaços políticos de decisão com toda segurança necessária e, por isso, ele pede para que os bancários também ajudem a pressionar as autoridades por meio desta campanha.
"Vamos pressionar para que as autoridades garantam a segurança das parlamentares, mas, se isso não acontecer, o assunto será levado ao Conselho LBGT e a outras entidades representativas”, explica André Sardão, dirigente sindical e conselheiro Municipal LGBT de São Paulo.
Os ataques
Na madrugada de 31 de janeiro, Samara Sosthenes teve sua casa atacada por uma pessoa de moto que disparou contra a sua residência. Ela faz parte do mandato coletivo Quilombo Periférico, formado por seis lideranças do movimento negro e periférico. Ela é travesti e moradora da ocupação Prestes Maia, no Centro da capital paulista. Samara é coordenadora da UNEafro Brasil no núcleo Laura Vermont, na Luz, militante do movimento negro, de mulheres e LGBT.
Dias antes, em 26 de janeiro, Carolina Iara também sofreu um atentado, quando dois tiros foram disparados contra a sua casa. Mulher interssexo, travesti, positHIVa e negra, ela também é uma das representantes do mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL.
No mesmo dia, Erika Hilton, vereadora do PSOL trans negra de São Paulo, sofreu ameaça em seu próprio gabinete, na Câmara Municipal. Erika também é uma ativista dos direitos negros e LGBT e foi a mulher mais votada da cidade e de todo o Brasil em 2020.
:: Para saber mais sobre a campanha, acesse www.naoseremosinterrompidas.org.