Em face da intensificação do processo de enfraquecimento e venda da Caixa Econômica Federal promovido pelo governo Bolsonaro, e diante do aumento alarmante do número de empregados do banco mortos em decorrência da covid-19, mais de 70 representantes sindicais de todo o estado de São Paulo reuniram-se virtualmente na terça-feira 23 para definir uma série de propostas a fim de resistir a este cenário.
Participaram do seminário "Defesa da Caixa, do Brasil e da Vida” representantes de quase todas as entidades sindicais bancárias do estado, em um encontro que representa o fortalecimento do Comitê Paulista em Defesa da Caixa. O seminário foi organizado pelas federações estaduais, pela Fenae e pela Apcef/SP.
Muitas propostas foram concebidas pelos próprios sindicatos, por meio de discussões em conjunto com a base, e serão orientadoras para as entidades. Elas serão encaminhadas pra a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) a fim de auxiliar na discussão nacional em defesa do banco e dos seus empregados.
O seminário teve a mediação de Dionísio Reis Siqueira (Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e Fenae); Carlos Augusto Silva “Pipoca” (Sindicato dos Bancários de Campinas e Região – Representante Feeb-MS/SP na CEE/Caixa); e Jorge Luiz Furlan (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro do Grande ABC – Representante da Fetec/SP – CUT na CEE/CAIXA).
“A direção da Caixa reforça que a precarização do trabalho continuará sendo intensificada, o que fatalmente resultará em mais adoecimentos por causa da sobrecarga de trabalho e mortes em decorrência da covid-19. O encolhimento da atuação do banco no mercado também é uma realidade praticada por este governo, em uma nítida política de sabotagem à empresa”, denuncia Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancário da Caixa.
O dirigente enfatiza que o desmonte da Caixa e dos outros bancos públicos prejudica toda a população, ao afetar o financiamento da habitação, da agricultura, de obras de infraestrutura, de projetos de geração de renda e políticas sociais.
“Os ataques aos bancos públicos estão aumentando no governo Bolsonaro. A população precisa de taxas de juros reduzidas e de mudanças na política econômica para que o país tenha geração de emprego e renda. E isto só ocorrerá com o fortalecimento dos bancos públicos, que desempenham um papel essencial na economia e na promoção de desenvolvimento social”, afirma Dionísio.
Veja as propostas em defesa da Caixa Econômica Federal e dos seus empregados
✓ Defesa da vida da democracia e da soberania brasileira;
✓ Defender #VacinaParaTodos!;
✓ Fortalecer Comitê Paulista de Defesa da Caixa;
✓ Se unir a iniciativas de defesa das empresas públicas;
✓ Denunciar a intenção do governo de privatização de ativos e de abrir capital da Caixa;
✓ Denunciar mecanismo de esvaziamento e de privatização da Caixa através da suposta criação de banco digital;
✓ Fim das metas desumanas: denunciar o descaso com o atendimento da população deixando acumular filas, para que a maior parte dos empregados fiquem voltados ao cumprimento de metas desumanas;
✓ Fiscalizar e denunciar as péssimas condições de Trabalho dos empregados e terceirizados;
✓ Cobrar a ampliação a proteção aos empregados e terceirizados contra a covid-19;
✓Estudar ações junto ao Judiciário para impedir o desmonte do patrimônio brasileiro;
✓Fiscalizar e denunciar irregularidades cometidas pela direção do banco e pelo governo;
✓Denunciar os indivíduos agentes do governo privatista a fim de expor suas ações hoje e no passado;
✓Realizar audiências públicas no Congresso Nacional, assembleias legislativas e câmaras municipais (meio virtual);
✓Pautar a situação das empresas públicas e da Caixa com os prefeitos e vereadores eleitos que possam se comprometer com a causa;
✓ Envolver os empregados, tornando cada unidade um ponto de defesa da Caixa, usar cartazes e som de chão, na medida do possível;
✓Realizar atos focando o diálogo com a população, movimentos e organizações sociais, ressaltando a importância da Caixa para a superação da crise pós pandemia;
✓Articular ações com segmentos empresariais, em consonância com o papel da Caixa no investimento de setores como: construção civil, infraestrutura, saneamento, saúde, microcrédito;
✓ Denunciar, nas redes e nas ruas, os parlamentares (e políticos em geral) que defendem as privatizações e retiradas de direitos;
✓ Fortalecer o mandato da representante eleita no conselho de administração;
✓ Organizar debates sobre o papel do sistema financeiro e a necessidade do seu funcionamento ser pautado por valores ligados à economia real, aos investimentos no setor produtivo, serviços públicos e a comunidade;
✓ Encaminhar para as federações e para a Apcef/SP as ações que foram executadas a partir destas propostas;
✓ Próxima reunião ainda no primeiro semestre de 2021 para avaliar as ações.
Nas apresentações e painéis do seminário participaram Ivone Silva (presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região); Jeferson Rubens Boava (presidente da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul); Sérgio Takemoto (Presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal); Rita Serrano (Representante eleita dos empregados no Conselho de Administração da Caixa); e Leonardo Quadros (Presidente da Apcef/SP).
Existe a previsão para a realização de mais um seminário nos mesmos moldes ainda neste primeiro semestre de 2021.