O Sindicato se reuniu ontem com a direção do Banco do Brasil, juntamente com outras entidades reunidas no Comando Nacional dos Bancários, para negociação sobre a reestruturação em curso no banco. Porém, a direção do BB se manteve irredutível e não aceitou negociar o fim do comissionamento de função dos caixas e nem o abono dos dias de paralisação. Diante desta postura intransigente, em protesto contra a proposta de reestruturação do banco, que prevê 5 mil demissões, o fechamento de 112 agências, de 242 postos de atendimento e sete escritórios, as entidades representativas dos bancários de todo o Brasil definiram calendário de luta.
O primeiro passo é a realização de plenárias com bancários do BB por sindicatos de todo o país nesta quinta 11.
“É fundamental a participação dos bancários e bancárias do Banco do Brasil nas plenárias que ocorrerão por todo o país. É uma etapa importante para organizarmos essa jornada de luta contra esta reestruturação absurda. É na plenária que o bancário poderá debater e colaborar com o calendário proposto pelo Comando. Participe. Juntos somos mais fortes”, conclama a dirigente do Sindicato e bancária do BB, Adriana Ferreira.
Confira abaixo o calendário de lutas tirado pelo Comando Nacional dos Bancários:
11/2, às 11h – Tuitaço #BBParado e #MeuBBValeMais
11/2 – Plenárias organizativas
– Manutenção do Estado de Greve
– Ações judiciais contra a desgratificação
– Ações judiciais contra fechamentos das agências
– Ações judiciais pedindo a reclassificação das faltas
– Contato com parlamentares, prefeitos e governadores
– Paralisações
– Ações pontuais
18/2 – Plenárias
19/2 Reunião de avaliação do Comando
Para a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva, a reestruturação imposta pela direção do BB é consequência direta da linha ultraliberal, entreguista e de arrocho salarial praticada pelo governo Bolsonaro.
“É um governo que joga contra o trabalhador e a população como um todo. Em plena pandemia, a direção do BB, sob ordens do governo Bolsonaro, quer reduzir postos de trabalho, locais de atendimento, cortar gratificações. Ações que prejudicam a todos: bancários, que estarão ainda mais sobrecarregados e terão a remuneração reduzida, e também a população, que terá o atendimento precarizado, lembrando que muitos municípios e regiões periféricas dos grandes centros contam somente com agências da Caixa e do Banco do Brasil, uma vez que os bancos privados não possuem interesse em atuar nestes locais”, enfatiza a presidenta do Sindicato.
“O BB é um banco público que apresenta lucro e fornece recursos para o Tesouro. Não faz qualquer sentido, em plena pandemia, reduzir mais de cinco mil postos de trabalho e os salários daqueles que permanecerão no banco. Não vamos aceitar este absurdo. Vai ter luta!”, acrescenta Ivone.
Por sua vez, o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, destaca a importância de intensificar a mobilização contra a reestruturação.
“Estamos às vésperas do Carnaval, mas não podemos deixar que isso nos atrapalhe. O banco já retirou hoje a gratificação dos caixas e o movimento de protesto deve continuar na mesma intensidade. Já houve uma boa adesão à paralisação e demais atividades de protesto que ocorreram ontem. Vamos intensificar as ações para que isso siga numa crescente e leve à mobilização de toda a sociedade contra mais esse descalabro do governo”, conclui João.