São Paulo – O Banco do Brasil, ao invés de contratar mais funcionários, colocou uma agência móvel em frente à agência Vila Carmosina, na zona leste. Segundo o banco, a utilização da van é para desafogar o movimento na agência. Para o Sindicato, é um investimento na precarização do trabalho, uma vez que o serviço oferecido no veículo é terceirizado.
Representantes do Sindicato estiveram no local depois da implantação do serviço e foi constatado que a agência continua lotada. “O que falta para o BB é funcionário. Para exercer atividade-fim do banco os trabalhadores devem ser bancários. Agindo dessa forma, o BB precariza a situação da instituição pública tanto para a categoria bancária e quanto para os clientes”, diz o diretor do Sindicato Willame Lavor.
Os serviços prestados pelo correspondente são extensões de operações financeiras de obrigação das agências do Banco do Brasil, como empréstimos pessoais. A agência móvel tem rodado várias agências na capital. “O salário de um terceirizado é até três vezes menor que o de um bancário. Esses trabalhadores devem ser bancários, realizam o trabalho bancário e devem ter direto a todas as conquistas da categoria”, ressalta Willame. Além da terceirização, o banco contribui com a insegurança dos trabalhadores, que estão sujeitos à violência enquanto atuam desprotegidos em um veículo, na calçada do banco.
O dirigente também ressalta que o BB está colocando em risco a segurança dos clientes que passam seus dados pessoais para a realização de empréstimos do lado de fora da agência bancária.
Terceirização – Segundo estudo realizado pelo Dieese, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, os trabalhadores terceirizados ganham 27,1% menos do que os contratados e ficam em média 2,6 anos no mesmo emprego contra 5,8 anos dos contratados. A rotatividade entre os terceirizados é de 44,9%.
Proibição de correspondentes – O Conselho Monetário Nacional (CMN) prorrogou novamente a proibição para contratação de correspondentes bancários pelas instituições financeiras para atuação dentro das agências ou dos postos de atendimento. A data prevista originalmente para início de vigência era 2 de janeiro, que foi adiada para 2 de abril. No entanto, o BC deu novo prazo para as instituições financeiras se adequarem às normas: 1º de novembro.
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Gisele Coutinho – 15/3/2012