São Paulo – “Sou baiano, e com um grupo de amigos fizemos uma vaquinha, ainda na Bahia, para comprar o vinil Raulzito e Os Panteras. Quando conheci o Raul pessoalmente, prometi a ele que se um dia eu tivesse um filho ele se chamaria Raul Seixas.” A fala apaixonada de Penna Seixas, cover oficial de Raul no Brasil, relembrando os anos 1967, mostra até que ponto chega o fascínio pelo ídolo que mudou a história do rock no país.
Penna Seixas (foto abaixo) está no documentário Raul – o início, o fim e o meio, exibido na noite de segunda-feira 19 em sessão de pré-estreia promovida pelo CineB, projeto do Sindicato em parceria com a Brazucah Produções. Além dele, o filho – ele realmente cumpriu a promessa feita ao cantor – registrado com o nome do ídolo, também aparece no filme.
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A sessão gratuita, primeira do CineB em 2012, recebeu 150 pessoas na Regional Paulista. Os convidados assistiram ao filme que estreia nos cinemas na sexta-feira 23 e ainda tiveram contato com o produtor e idealizador do documentário, Denis Feijão, e com o co-diretor e roteirista, Leonardo Gudel.
O filme, com cenas inéditas sobre a vida de Raul, retrata uma geração. “Hoje, qualquer artista que quer fazer música precisa conhecer Raul Seixas. Ele é o artista morto que mais vende no Brasil”, disse Denis Feijão. O registro deixa claro que Raul transitou pela Jovem Guarda, pelo Tropicalismo e ainda hoje influencia músicos de diferentes ritmos.
O companheiro e compositor de diversas canções do cantor, Paulo Coelho, recebeu a equipe do filme em sua casa, na Suíça. Sem arrependimentos, o escritor revela que foi ele quem apresentou as drogas a Raul e que era o estilo de vida que eles escolheram: sexo, drogas e rock and roll.
As ex-companheiras do “maluco beleza” dão ar polêmico ao documentário. Entre os 21 discos lançados pelo roqueiro em seus 26 anos de carreira, muitos amores garantiram inspiração, filhos e também traições. Em depoimentos emocionantes, as ex-mulheres revelam cartas escritas pelo músico enquanto estava no hospital, fotos com os filhos e, nos Estados Unidos, o documentário registra imagens do neto de Raul Seixas.
Para Leonardo Gudel, a maior dificuldade dos seis anos de produção do filme foi escolher, entre 94 entrevistas, qual material entraria no documentário. Foram mais de 200 horas de gravação em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia e também em três estados americanos. “Muitas pessoas ficaram de fora e talvez apareça nos extras do DVD”, explicou Leonardo.
Ao final da sessão, o público aplaudiu emocionado como se tivesse acabado de assistir a um show do Raul. “Uma sessão gratuita como esta é algo fantástico, pois cada uma dessas pessoas fará uma propaganda do filme nas ruas, no boca a boca”, comemorou Denis Feijão.
Gisele Coutinho – 20/3/2012
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Pré-estreia gratuita reúne 150 pessoas com presença de roteirista e produtor do documentário
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