A OAB Osasco realizou, nesta quarta-feira (10), o 1º Encontro Regional de Direito Sindical, reunindo dirigentes sindicais, advogados, juristas e especialistas para discutir os principais desafios das relações de trabalho na atualidade. O evento, promovido pela Comissão de Direito Sindical da Ordem dos Advogados do Brasil, ocorreu na Sala Osasco e contou com quatro painéis temáticos ao longo do dia.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, participou como mediadora do painel “Trabalho, Estado e Democracia”, ao lado de João Batista, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. O debate reuniu convidados que são referência no campo político e trabalhista:
- Valério Arcary, historiador, professor, escritor e doutor pela USP, reconhecido por sua contribuição à historiografia marxista;
- Victor Hugo, economista, pesquisador do Instituto de Economia da Unicamp e assessor do Sindicato Químicos Unificados;
- Carlos Aparecido Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania e ex-dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.

Em sua participação, Neiva Ribeiro destacou a importância da regulamentação do sistema financeiro nacional, pauta histórica do movimento sindical bancário. Ela apontou que a regulação deve corrigir distorções trabalhistas, tributárias e de segurança que persistem no setor. Entre os exemplos que reforçam essa necessidade, Neiva mencionou as contratações fraudulentas do Santander e as denúncias sobre o tema levadas pelo Sindicato à Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Neiva também abordou as negociações da categoria bancária relacionadas às novas tecnologias, incluindo a discussão sobre capacitação em TI para mulheres, a proposta de criação de uma mesa específica para o tema e o avanço da cláusula de monitoramento proposta para evitar abusos, como ocorrido no caso das demissões realizadas pelo Itaú a partir de análises de desempenho feitas por inteligência artificial, sem a devida transparência.
Outro ponto destacado por Neiva Ribeiro foi a inclusão da violência de gênero no debate trabalhista. "O fim do feminicídio é um problema de todos e precisamos levar isso para as mesas de negociação também. Temos uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários que discute a violência doméstica. A OIT também aborda o tema. Então temos que discutir com os empregadores formas de combate, educação e prevenção", afirmou.