São Paulo - O CineB, projeto criado pelo Sindicato e realizado em parceria com a Brazucah Produções, lançou nesta quarta-feira 19 a 4ª edição do Selo CineB da Periferia. Cinco curtas metragem foram selecionados para serem exibidos pelo projeto e reunidos em um DVD, todos feitos na periferia.
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“Estamos há oito anos levando o cinema brasileiro para entidades sociais e universidades, esta é nossa primeira sessão do ano. Além de levar o cinema para as comunidades, temos outras atividades dentro do projeto, como o Prêmio CineB e o Selo, que reúne os curtas melhor avaliados nas exibições”, explicou Cidálio Santos, coordenador do projeto. Os participantes são Preservar e Resistir; Ponto Cego; Nossas Histórias, Minhas Memórias; Vendedores Ambulantes – Gambiarra Acústica e O Cubo Mágico.
Além dos representantes das comunidades, alunos do Colégio Santa Cruz, estudantes de assistência social da Unisa e o ex-ministro da saúde Alexandre Padilha participaram do lançamento ocorrido na regional Paulista do Sindicato.
Este é o primeiro selo voltado exclusivamente para a periferia. A ideia é exibir o DVD até o fim de abril nas comunidades. O projeto também irá fazer uma sessão especial do filme Sabotage – O maestro do canão, que conta a história do artista falecido em 2003, na comunidade onde morou. Outra novidade para este ano será a exibição do filme O Mercado de Notícias, para promover o debate sobre os meios de comunicação no país.
“Tem muita gente na periferia que faz filmes e não saber como exibir. Fizemos este selo para dar essa oportunidade. Queremos no ano que vem dar continuidade. Percebi que tem muita produzindo nas comunidades, antes achava que tivessem poucos, mas não. Tem muita gente fazendo curtas na periferia”, ressaltou o coordenador.
Segundo Cidálio o projeto também quer ajudar a criar o hábito do público assistir curtas-metragens, já que os longas são o formato mais popular e lembrado pelas pessoas por ser o mais usado por Hollywood. “As pessoas ainda não tem o costume nem de assistir filmes brasileiros, o CineB veio justamente para democratizar o cinema nacional”, lembrou.
O lançamento teve ainda a participação do idealizar do CineB, o ex-presidente do Sindicato, Luiz Claudio Marcolino. “Iniciamos com algumas sessões e fomos consolidando e ampliando o projeto. Agora, chegando na 4ª edição do Selo, vejo que deu certo e que é uma experiência que pode se tornar em uma política pública. O Sindicato tem ajudado a potencializar a questão cultural na cidade de São Paulo, mas isso pode virar uma referencia de gestão pública”, comentou Luiz Claudio.
No final da sessão os participantes selecionados puderem debater suas criações e a produção na periferia com o público presente. “O Cinema tem um grande potencial de criar oportunidades, fiquei honrado com a oportunidade dada pelo CineB. Meu filme foi recusado pela maioria dos grandes festivais. Foi um trabalho de dois anos, conseguimos muitas parcerias mas na hora de exibir poucos abriram as portas”, contou Vanderson Feitosa, diretor do Cubo Mágico. Assim como Vanderson, Gustavo Pagador, diretor do curta Nossas Histórias – Minhas Memórias, apontou a importância do selo como motivação para o cinema da periferia. “Não esperávamos chegar nesse ponto, fizemos por lazer e acabou sendo de muita importância. Com certeza é um incentivo, já estamos envolvidos em outros projetos em Guaianazes”, pontuou.
Luana Arrais – 19/3/2015
Linha fina
Para selecionados pelo projeto o selo é uma das poucas oportunidades para quem produz conteúdo audiovisual na preferia
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