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Mulheres na luta contra o fim da aposentadoria

Linha fina
No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, trabalhadoras e movimentos sociais se unem contra a reforma da Previdência; proteste em defesa dos seus direitos você também!
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Arte: Fabiana Tamashiro

São Paulo - Mulheres ganham 30% menos que homens, trabalham até cinco horas a mais na semana, são maioria dos desempregados e sustentam 39% das famílias. Isso explica a razão de terem alcançado, com muita luta, o direito de se aposentar cinco anos antes, conquista que o governo Temer quer extinguir com a reforma da Previdência (PEC 287).

No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mulheres de todo o mundo se levantam por direitos, igualdade e o fim da violência contra a mulher. No Brasil a data também será marcada por atos contra a PEC 287.

São Paulo – Na capital paulista, os atos começam às 14h, em frente ao prédio do INSS (Viaduto Santa Efigênia, 266), com assembleia das trabalhadoras contra a reforma da Previdência, pelo fim da violência e por nenhum direito a menos. Após a assembleia, feministas, sindicalistas e movimentos sociais se unem em ato na Praça da Sé (concentração às 15h e caminhada às 17h) em oposição à PEC 287 e em defesa das suas lutas históricas.

“Uma das maiores crueldades da reforma é ignorar a dupla ou tripla jornada. Vamos para as ruas resistir a esta violência, não só contra a mulher, mas contra toda a classe trabalhadora. Venha para os atos, grave videos, publique nas redes sociais e envie e-mails para os parlamentares para defender seus direitos”, conclama a secretária- geral do Sindicato, Ivone Silva.

Maiores prejudicadas – Se aprovada a PEC 287, mulheres terão idade mínima para aposentadoria elevada de 55 para 65 anos. Além disso, como os homens, terão de contribuir por 49 anos com o INSS para ter benefício integral. “Ficamos mais tempo fora do mercado cuidando dos filhos, idosos e doentes, o que nos impede de contribuir por 49 anos. Somos as maiores prejudicadas”, avalia Ivone.

Hoje, uma mulher que contribuir desde os 18 anos pode se aposentar com 100% dos benefícios aos 52, se não interrompeu contribuições. Com a PEC 287, terá de trabalhar até 67 anos.

Salário maternidade - Se a mulher perdeu a qualidade de segurada do INSS, por interromper contribuições, com a reforma terá de contar novamente o período de contribuição total de carência (10 meses), sem computar contribuições passadas para voltar a ter direito ao salário-maternidade.

Valor menor – Hoje, o cálculo da aposentadoria é feito com base nos 80% maiores salários/contribuições. Com a PEC 287, será sobre todos os salários/contribuições, inclusive os menores, do início da carreira. Todos terão de trabalhar mais para receber menos.

“Não permitiremos que, em nome da falácia do déficit, acabem com a aposentadoria. Se contabilizada a parte do governo na conta da Previdência, conforme a Constituição, sobra dinheiro. O momento é de união de todos, homens e mulheres, contra ataques aos seus direitos”, conclui Ivone.

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