São Paulo – O lucro líquido da Caixa em 2017 foi de R$ 12,5 bilhões, o maior da história do banco público. O resultado, divulgado na terça-feira 27, representa crescimento de 202,6% em relação a 2016. O lucro recorrente (R$ 8,6 bilhões) também foi o maior já alcançado, com alta de 72,3%. Com a divulgação do balanço, o banco anunciou que a segunda parcela da PLR e a PLR Social, conquistas dos empregados ao lado do movimento sindical, serão creditadas nessa terça-feira 27.
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Para a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, o resultado da Caixa no ano passado reforça a importância de que a instituição se mantenha 100% pública. “Os bancos públicos são responsáveis por 56% do crédito no país. É importante sempre enfatizar que o papel social da Caixa é preponderante. A Caixa é o banco do Minha Casa Minha Vida, do Bolsa Família, do FIES, do saneamento, da cultura, esporte, dos municípios. É o banco do desenvolvimento do país. Entretanto, é justamente essa atuação tão importante que vem sendo atacada pelo atual governo.”
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“Tentam colar um discurso de ineficiência na Caixa para conquistar apoio da população às intenções privatistas do governo Temer. Entretanto, os números mostram que ela é uma instituição extremamente rentável, mas que está sem crédito para ofertar nas agências e precisa ser capitalizada com urgência pelo governo federal”, acrescenta Ivone.
Crédito em queda
Os números do balanço 2017 da Caixa confirmam a redução na oferta de crédito. A carteira de crédito do banco atingiu, aproximadamente, R$ 706,3 bilhões, com queda de 0,4% em doze meses. A Carteira Comercial Pessoa Física (PF) teve queda de 8,6% em relação a 2016, atingindo, aproximadamente, R$ 93,7 bilhões. Já a Carteira Comercial Pessoa Jurídica (PJ) apresentou redução ainda maior (-23,1%), somando R$ 68,1 bilhões.
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A carteira para habitação cresceu 6,3%, num total de R$ 431,7 bilhões. E a carteira de infraestrutura cresceu 5,2%, totalizando R$ 82,7 bilhões.
Receitas com tarifas cresce e número de empregados cai
As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias cobradas dos clientes cresceram 11,5%, totalizando R$ 25 bilhões. Somente com essa receita, a Caixa cobre em 104,9% toda as suas despesas com pessoal.
O banco encerrou o ano passado com 87.654 empregados e fechamento de 7.324 postos de trabalho em relação a dezembro de 2016. O saldo se deve à adesão de 7.023 empregados ao Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE). Além disso, foram fechadas 18 agências, 55 lotéricos e 1.737 correspondentes Caixa Aqui.
“A Caixa enfrenta um processo de desmonte imposto pelo governo Temer, que reduz o quadro de funcionários, fecha agências e ataca o papel social do banco, prejudicando bancários e população”,diz o diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis. “É preciso que todos os empregados estejam mobilizados e entendam que a luta em defesa dos nossos direitos, ameaçados todos os dias pelo atual governo, é parte da luta em defesa da Caixa 100% Pública. Lutar contra medidas que tem por objetivo final entregar um patrimônio da população brasileira para os bancos privados é também lutar contra o descomissionamento arbitrário, contra a revogação do RH-151, por mais empregados, na defesa do modelo de custeio do Saúde Caixa, entre outros direitos que conquistamos ao longo da história”, afirma o dirigente.
Saúde Caixa
De acordo com o balanço, o lucro recorrente foi impactado, principalmente, pela aprovação do limite de 6,5% da folha de pagamento da Caixa como teto para gastos com o Saúde Caixa. O teto gerou a reversão da provisão atuarial constituída, com efeito não recorrente de R$ 4 bilhões no lucro líquido.
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“Esse ataque ao direito à saúde dos empregados da Caixa, que piora muito com as resoluções da CGPAR, mostra que o banco se aproxima cada vez mais de uma lógica exclusivamente de mercado, em detrimento da sua função social e dos direitos de seus empregados”, avalia Dionísio. “O modelo de custeio do Saúde Caixa, uma conquista de luta, existe desde 2004. É inadmissível a imposição de uma mudança pela Caixa. Não aceitaremos mais esse ataque. Os empregados devem estar preparados para um ano de muita luta por nenhum direito a menos e em defesa da Caixa 100% pública”, conclui o dirigente.