Brasília - O Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados foi palco, na segunda-feira (12), de sessão solene em homenagem aos 157 anos da Caixa Econômica Federal, completados em 12 de janeiro. Por iniciativa da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), o evento foi prestigiado por empregados, parlamentares, representantes do banco e dirigentes de entidades representativas dos trabalhadores e de movimentos sociais.
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O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, foi uma das autoridades que compuseram a mesa. Em seu discurso, ele destacou a importância da Caixa 100% pública na vida dos brasileiros. “A maioria dos bancos privados, focados no rentismo, não atende a população mais carente. Se privatizarem a Caixa, o que será dessas pessoas? Em alguns estados, só há financiamento da casa própria feito pela Caixa. Portanto, não interessa à sociedade essa postura atual do Ministério da Fazenda que visa sufocar a instituição”, afirmou.
Jair Ferreira também cumprimentou os trabalhadores da Caixa. “São eles os grandes responsáveis pela atuação social da empresa. A centralização do FGTS, por exemplo, só foi possível graças à contribuição da categoria. Apesar disso, o que está em curso hoje é uma política de pessoal que está sobrecarregando e adoecendo os empregados, devido à saída de milhares de bancários. Num cenário de desemprego e em que a Caixa precisa ampliar sua atuação, por que não contratar mais empregados?”, questionou.
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A deputada Erika Kokay, que está a alguns dias de completar 36 anos como empregada da instituição, lembrou das diversas lutas em defesa do banco 100% público. “Um dos mais belos movimentos, que eu tive a oportunidade de estar dentro, foi para que nós pudéssemos ser bancários e ter direito a jornada de seis horas”, relatou. Ela completou: “o Brasil precisa da Caixa. Ela é a maior articuladora de todas as políticas públicas desse país. A Caixa tinha que ser feminina. Não é o banco. É a Caixa, moço. Respeite essa instituição”.
Na mesma linha que a parlamentar, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, destacou que a Caixa é muito mais que um banco. “O nosso compromisso é com o Brasil. A Caixa é do povo brasileiro, de todos, não é de uma camada da população. E quando às vezes se fala em privatização e abertura de capital, nós trabalhamos e pedimos aos empregados que trabalhem”, enalteceu. Emocionado, Occhi citou que é a Caixa que atende comunidades na Amazônia com uma agência-barca e socorro vítimas de desastres.
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Miguel Lobato, coordenador nacional do Fórum da Reforma Urbana, lembrou que, graças à Caixa, houve uma inédita inversão no mercado imobiliário a partir de 2005. “A maioria das habitações foi para a população de baixa renda. Até então, o mercado só financiava para a alta renda. A gente conseguiu ter um salto de qualidade. Ter um banco público como a Caixa aceitado esse desafio, para nós foi importante”, esclareceu.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, ressaltou que além de 100% pública, a Caixa precisa ser fortalecida. “Não adianta ela estar pública, se não tiver dinheiro para continuar prestando serviço para o país. Então, a gente pede que o governo federal faça a capitalização do banco, para que ele possa atender o povo. A gente está numa crise, e a Caixa está se retraindo”, criticou.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acompanhou toda a sessão solene. Ao abrir os trabalhos, frisou que a Caixa é um braço estratégico do desenvolvimento social do Brasil. “Temos hoje uma concentração muito grande do sistema financeiro em poucos bancos privados, e o papel da Caixa e do Banco do Brasil é essencial para que a sociedade não fique refém de um duopólio ou algo parecido. O Estado brasileiro precisa compreender essa importância”, disse.
Também participaram da sessão solene Helenilda Cândido, diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília e representante da AEA/DF; Rodrigo Britto, presidente da CUT-DF; Cláudio da Silva Gomes, representante dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS; Alexandre Baldy, ministro das Cidades;