O Catraca Livre, em parceria com a produtora de blocos Rua Livre, está organizando, pelo terceiro ano consecutivo, uma ação para acolher vítimas de assédio no blocos de rua pela cidade de São Paulo durante o carnaval. A campanha #CarnavalSemAssédio contará com o apoio de um grupo de voluntárias formado por mulheres, travestis e transexuais, para prestar atendimento às vítimas.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
"A nossa ideia é obviamente reduzir danos e transmitir principalmente a mensagem de que o carnaval de rua não é mais uma terra de ninguém. Estamos todos de olho e unidos contra o assédio sexual", explica o diretor executivo da produtora de blocos Rua Livre, Estevão Romane, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.
A ação conta com a parceria ainda da Prefeitura de São Paulo e de órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público, Delegacia da Mulher, o Metrô e outras entidades. A ideia é que o grupo de "anjos", como são chamadas as voluntárias, acolham as vítimas de assédio sexual nos blocos, onde também haverá uma equipe em cima dos trios fazendo o monitoramento em tempo real, e em postos nos principais trajetos da cidade.
De acordo com a pesquisa LGBTfobia de 2018, 80% dos entrevistados revelaram ter presenciado casos de beijos forçados, "encoxadas" e casos de corpos tocados sem consentimento, agressão física, verbal ou abuso. Cerca de 70% das vítimas não fizeram denúncias, em sua maioria, devido à falta de preparo das autoridades.