Cerca de 250 bancários do Banco do Brasil, dos escritórios digitais do Cenesp Santo Amaro e Verbo Divino, paralisaram com o apoio do Sindicato suas atividades nesta sexta-feira 1º em protesto contra descomissionamentos e o assédio moral praticado por um gestor.
> Sindicalize-se e fortaleça a luta em defesa dos direitos dos bancários
“O clima entre os trabalhadores é péssimo. As pessoas estão apavoradas com o assédio reincidente do gestor e com os descomissionamentos. A gota d’água foram quatro descomissionamentos nessa sexta 1º e a forma como o gestor conduziu um dos casos, humilhando publicamente a bancária, agredindo-a ao segurá-la pelo braço no momento que tentava bater o ponto e, ainda não satisfeito, ofendendo-a de forma grosseira mesmo enquanto ela já se retirava do local”, relata o dirigente do Sindicato e bancário do BB, Antônio Neto.
Antônio conta que o Sindicato foi até o local realizar atividade contra o assédio moral e foi surpreendido com os quatro novos descomissionamentos. “Nós já tínhamos levado ao conhecimento do banco, em reunião recente, o comportamento assediador desse gestor e, para a nossa surpresa, constatamos que ele foi autorizado pela Super a realizar novos descomissionamentos. Isso mostra a total falta de transparência e de compromisso da Superintendência Regional na condução de denúncias de assédio moral”, critica.
De acordo com o dirigente, diante da justa revolta dos funcionários, muitos em crise nervosa, o Sindicato solicitou a presença da Gepes (Gestão de Pessoas) nos locais de trabalho paralisados, o que não ocorreu. “A Gepes simplesmente deu de ombros para os trabalhadores diante de uma situação gravíssima, com bancários aos prantos. Nem sequer enviou um representante para dar uma atenção aos funcionários. O senhor Esaú não tem competência para atuar na área de gestão de pessoas do BB”, denuncia.
A presença da Cassi também foi solicitada por conta do estado emocional dos funcionários.
Devido à gravidade das denúncias, foi feita reunião com a presença do superintendente regional, na qual ficou estabelecido o compromisso de que todos os descomissionamentos serão avaliados para verificar os critérios que justificaram a perda de função e de que a conduta assediadora, assim como a denúncia de agressão por parte do gestor, serão apuradas.
“Cobramos do banco que seja apurado também de que forma o assédio recorrente pode ter interferido no desempenho dos descomissionados, levando-os a perda da função. Além disso, o BB precisa reorientar todas as áreas envolvidas nesse caso, que tiveram a pior conduta possível frente a uma situação gravíssima”, enfatiza Antônio.
A também dirigente sindical e funcionária do BB Silvia Muto afirma ainda que é necessário que o banco reveja todo o modelo de implantação dos escritórios digitais, além da sua atual política de descomissionamento.
“É necessário que se reveja com urgência esse modelo de estruturação dos escritórios digitais. Bancários estão sendo afetados por essa política de descomissionamento de forma arbitrária. Um exemplo é o fato de que gerentes PJ foram obrigados a assumir carteiras PF, sem qualquer tempo de adaptação, correndo assim maior risco de descomissionamento. Na última Campanha Nacional dos Bancários arrancamos do BB uma mesa temática para debater os escritórios digitais e suas condições de trabalho, mas o BB ainda não convocou o encontro. Esse debate não pode mais ser adiado. É urgente e necessário”, conclui Silvia.