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Empregados protestam em defesa da Caixa na Avenida Faria Lima 

Linha fina
Mobilização na Superintendência Executiva de Varejo denunciou à população que circulou no principal centro financeiro do país os efeitos nocivos do processo de desmonte da Caixa Econômica Federal, e reforçou importância do caráter público e social da empresa 
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Foto: Seeb-SP

Protesto do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Apcef/SP na Superintendência Executiva de Varejo (SEV) Caixa Econômica Federal enfatizou à população a importância do banco público e denunciou os efeitos nefastos causados pelo processo de desmonte pelo qual a empresa está passando no governo Bolsonaro.  

O ato, realizado nesta sexta feira 11, na Avenida Faria Lima, principal centros financeiro do país, retardou por duas horas a abertura da agência localizada no prédio da Superintendência.  

Os empregados do banco reivindicam o aumento do número de contratações e o retorno da sua função social, por meio da redução dos juros reais do sistema financeiro, visando a concorrência com os bancos privados. O ato seguiu o roteiro das paralisações em SEVs que as entidades tem promovido pela redução das metas, por mais proteção contra a Covid-19 e na defesa da Caixa.

Caixa pode combater a crise 

A Caixa já foi o terceiro maior banco em ativos do país, mas a regulação do custo do dinheiro por meio da redução dos juros foi abandonada. Com isto, mesmo que a taxa Selic esteja reduzida, os juros cobrados da população e das empresas seguem altos, aumentando a lucratividade do sistema financeiro. Isto ocorre porque as operações de crédito dos bancos públicos foram reduzidas pelo governo atual.

No ato, os dirigentes sindicais enfatizaram que, em 2012, em um contexto em que a taxa Selic estava baixa, mas os juros reais seguiam altos, a Caixa  e o Banco do Brasil reduziram os seus juros e, com a concorrência, obrigaram os bancos privados a baixarem os juros também.

“O povo brasileiro paga bilhões com os juros da dívida pública, e a gente vê uma resistência enorme do governo contra o auxílio-emergencial e contra as vacinas, com a justificativa do teto de gastos, que serve para saúde e a educação, mas por outro lado, não há limites para os gastos dos juros da dívida pública, da qual os banqueiros são os principais beneficiários, o que empobrece ainda mais a população e torna nossa sociedade ainda mais desigual”, afirma o dirigente sindical e empregado da Caixa Chico Pugliesi.

Importância e desmonte da Caixa

Tanto o Banco do Brasil como a Caixa, sob comando de Paulo Guedes e Bolsonaro, estão sofrendo um desmonte. Na Caixa, este processo fica nítido com a reestruturação que reduziu o número de funções gratificadas e de estrutura, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro – os principais centros econômicos do país, onde se concentram a concorrência com os bancos privados. 

As poucas contratações que houveram na Caixa – e que sequer repuseram os cortes de postos de trabalho dos últimos anos – foram direcionadas para outras regiões e não para São Paulo, onde o banco tem o maior déficit de empregados mesmo com o maior número de atendimentos no país. 

Metas absurdas e adoecimento ao invés de função social 

A Caixa, junto com as grandes construtoras, está entre os maiores empregadores do país, direta e indiretamente, por causa da construção civil e do financiamento à habitação. “Este desmonte feito na Caixa traz consequências para a sociedade, com desemprego e empobrecimento”, afirma Chico.

No decorrer de 2020, por conta dos pagamentos do FGTS e do auxílio-emergencial, a população teve de se deslocar para agências desfalcadas da Caixa, nas quais trabalhadores são obrigados a se concentrarem no cumprimento de metas absurdas em um momento em que deveriam estar priorizando o atendimento à população por conta do caráter social do banco e devido à pandemia.  

“Por um lado temos um desmonte do banco beneficiando a concorrência com os bancos privados, o que poderá resultar em mais concentração bancária e no aumento dos juros e tarifas. Por outro, a direção do banco cobra metas absurdas que não fazem frente a essa concorrência, justamente por causa do desmonte promovido pelo governo, que coloca a responsabilidade do cumprimento das metas nos empregados, em um processo que gera adoecimentos, porque a gestão não está fazendo seu papel de fazer o banco crescer, e sim diminuir”, afirma Chico Pugliesi.  

Caixa utilizada como palanque por Pedro e Bolsonaro 

Na atividade desta quinta-feira 11, os representantes do banco enfatizaram que, ao invés de fortalecer a Caixa para promover políticas anticíclicas a fim de amenizar os efeitos da crise causada pelo coronavírus, a equipe econômica do governo está desmontando o banco. 

Para piorar, o presidente Jair Bolsonaro está politizando a instituição financeira. Segundo informações, Pedro Guimarães está em um périplo pelo Norte e Nordeste, se autopromovendo a fim de tentar ampliar a popularidade do governo e evitar um impeachment.  

“Dentro deste desmonte, o governo quer também baixar o preço das estatais visando a privatização. O que a gente vê na Caixa Econômica Federal é o ataque à Funcef e ao Saúde Caixa como forma de reduzir o custo para uma eventual privatização. E o método escolhido é um teatro como se tivessem modernizando-a com a criação de um banco digital S/A, que receberá todas as operações para depois ser vendido, deixando o custo para a estrutura da Caixa. Este é o método escolhido por esta gestão genocida e privatista, que deve ser denunciado pelos empregados à população”, afirma Pugliesi. 

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