Protesto do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Apcef/SP na Superintendência Executiva de Varejo (SEV) Caixa Econômica Federal enfatizou à população a importância do banco público e denunciou os efeitos nefastos causados pelo processo de desmonte pelo qual a empresa está passando no governo Bolsonaro.
O ato, realizado nesta sexta feira 11, na Avenida Faria Lima, principal centros financeiro do país, retardou por duas horas a abertura da agência localizada no prédio da Superintendência.
Os empregados do banco reivindicam o aumento do número de contratações e o retorno da sua função social, por meio da redução dos juros reais do sistema financeiro, visando a concorrência com os bancos privados. O ato seguiu o roteiro das paralisações em SEVs que as entidades tem promovido pela redução das metas, por mais proteção contra a Covid-19 e na defesa da Caixa.
Caixa pode combater a crise
A Caixa já foi o terceiro maior banco em ativos do país, mas a regulação do custo do dinheiro por meio da redução dos juros foi abandonada. Com isto, mesmo que a taxa Selic esteja reduzida, os juros cobrados da população e das empresas seguem altos, aumentando a lucratividade do sistema financeiro. Isto ocorre porque as operações de crédito dos bancos públicos foram reduzidas pelo governo atual.
O dirigente sindical @PugliesiChico lembrou da importância da atuação dos empregados da Caixa no pagamento do auxílio emergencial e outros programas sociais. #MexeuComaCaixaMexeucomoBrasil #NãoDeixemVenderoBrasil pic.twitter.com/BAeop0pXj1
— Sindicato das Bancárias ♀️ (@spbancarios) March 11, 2021
No ato, os dirigentes sindicais enfatizaram que, em 2012, em um contexto em que a taxa Selic estava baixa, mas os juros reais seguiam altos, a Caixa e o Banco do Brasil reduziram os seus juros e, com a concorrência, obrigaram os bancos privados a baixarem os juros também.
Na Avenida Faria Lima, dialogamos com bancários e demais trabalhadores sobre como a @Caixa é importante para todos os brasileiros! #MexeuComaCaixaMexeucomoBrasil #NãoDeixemVenderoBrasil pic.twitter.com/2GmbOLFm2t
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“O povo brasileiro paga bilhões com os juros da dívida pública, e a gente vê uma resistência enorme do governo contra o auxílio-emergencial e contra as vacinas, com a justificativa do teto de gastos, que serve para saúde e a educação, mas por outro lado, não há limites para os gastos dos juros da dívida pública, da qual os banqueiros são os principais beneficiários, o que empobrece ainda mais a população e torna nossa sociedade ainda mais desigual”, afirma o dirigente sindical e empregado da Caixa Chico Pugliesi.
Importância e desmonte da Caixa
Tanto o Banco do Brasil como a Caixa, sob comando de Paulo Guedes e Bolsonaro, estão sofrendo um desmonte. Na Caixa, este processo fica nítido com a reestruturação que reduziu o número de funções gratificadas e de estrutura, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro – os principais centros econômicos do país, onde se concentram a concorrência com os bancos privados.
A dirigente sindical Luiza Hansen critica a falta de efetividade no plano de vacinação e no combate à pandemia. #MexeuComaCaixaMexeucomoBrasil #NãoDeixemVenderoBrasil pic.twitter.com/R0BprlUYpa
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As poucas contratações que houveram na Caixa – e que sequer repuseram os cortes de postos de trabalho dos últimos anos – foram direcionadas para outras regiões e não para São Paulo, onde o banco tem o maior déficit de empregados mesmo com o maior número de atendimentos no país.
Metas absurdas e adoecimento ao invés de função social
A Caixa, junto com as grandes construtoras, está entre os maiores empregadores do país, direta e indiretamente, por causa da construção civil e do financiamento à habitação. “Este desmonte feito na Caixa traz consequências para a sociedade, com desemprego e empobrecimento”, afirma Chico.
No decorrer de 2020, por conta dos pagamentos do FGTS e do auxílio-emergencial, a população teve de se deslocar para agências desfalcadas da Caixa, nas quais trabalhadores são obrigados a se concentrarem no cumprimento de metas absurdas em um momento em que deveriam estar priorizando o atendimento à população por conta do caráter social do banco e devido à pandemia.
“Por um lado temos um desmonte do banco beneficiando a concorrência com os bancos privados, o que poderá resultar em mais concentração bancária e no aumento dos juros e tarifas. Por outro, a direção do banco cobra metas absurdas que não fazem frente a essa concorrência, justamente por causa do desmonte promovido pelo governo, que coloca a responsabilidade do cumprimento das metas nos empregados, em um processo que gera adoecimentos, porque a gestão não está fazendo seu papel de fazer o banco crescer, e sim diminuir”, afirma Chico Pugliesi.
Caixa utilizada como palanque por Pedro e Bolsonaro
Na atividade desta quinta-feira 11, os representantes do banco enfatizaram que, ao invés de fortalecer a Caixa para promover políticas anticíclicas a fim de amenizar os efeitos da crise causada pelo coronavírus, a equipe econômica do governo está desmontando o banco.
Para piorar, o presidente Jair Bolsonaro está politizando a instituição financeira. Segundo informações, Pedro Guimarães está em um périplo pelo Norte e Nordeste, se autopromovendo a fim de tentar ampliar a popularidade do governo e evitar um impeachment.
“Dentro deste desmonte, o governo quer também baixar o preço das estatais visando a privatização. O que a gente vê na Caixa Econômica Federal é o ataque à Funcef e ao Saúde Caixa como forma de reduzir o custo para uma eventual privatização. E o método escolhido é um teatro como se tivessem modernizando-a com a criação de um banco digital S/A, que receberá todas as operações para depois ser vendido, deixando o custo para a estrutura da Caixa. Este é o método escolhido por esta gestão genocida e privatista, que deve ser denunciado pelos empregados à população”, afirma Pugliesi.