Em reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a nova presidenta da Caixa, Rita Serrano, realizada na segunda-feira 13, foi anunciado que o balanço de 2022 do banco público será divulgado no dia 23 de março. No encontro também foram debatidas demandas dos empregados como, por exemplo, PLR, mais contratações e fim da GDP.
"O fato da presidenta da Caixa se reunir com o movimento sindical bancário para discutir as demandas dos empregados marca uma diferença fundamental para a última gestão do banco, na qual a comunicação só era possível por meio de ofícios, com as demandas dos trabalhadores quase sempre ignoradas. Hoje temos uma gestão aberta ao diálogo, de forma que possamos caminhar para a melhoria das condições de trabalho e fortalecimento do papel social da Caixa enquanto banco público"
Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários
Na reunião, a presidenta da Caixa lembrou de sua origem no movimento sindical, afirmou que o governo está comprometido e empenhado com a reconstrução da Caixa, mas disse que este processo não se dará de forma tão rápida. “A Caixa foi destruída na sua estrutura de tecnologia, na gestão de pessoal, enfim, em todos os setores”.
Balanço
A presidenta da Caixa anunciou que o balanço de 2022, quando o banco era administrada pela gestão anterior, será divulgado no dia 23 de março, data na qual será realizada também uma mesa de negociação com a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).
"A confirmação da data da divulgação do balanço atenua a ansiedade dos empregados em relação a data do crédito da PLR e PLR Social. Sabemos que a gestão passada, sob ordens do governo Bolsonaro, fez uso eleitoreiro do banco, o que pode vir a impactar o resultado do ano passado. Mas reforçamos que os empregados da Caixa, como sempre, realizaram as suas funções com excelência e devem ser valorizados com a PLR"
Francisco Pugliese, o Chico, diretor executivo do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
No caso da Caixa, o banco tem até o dia 31 de março para fazer o pagamento da PLR e PLR Social. Entretanto, o Sindicato enviou ofício, no início de fevereiro, solicitando a todos os bancos que antecipassem o crédito, o que será possível a partir da divulgação do balanço.
GDP
Durante a reunião, a presidenta da Caixa sinalizou que atenderá uma antiga reivindicação dos empregados da Caixa e de suas entidades representativas: o fim da GDP, com a revisão dos critérios. Além disso, Rita Serrano informou também que a Vice-Presidência de Pessoas (Vipes) foi reinstituída, esta também uma reivindicação dos empregados, e que o processo seletivo para o cargo está aberto.
Contratações
O movimento sindical bancário cobrou a retomada das concentrações pela Caixa. Rita Serrano, por sua vez, garantiu que o tema será negociado em mesa permanente.
"Para melhorar as condições de trabalho na Caixa, algo que esta nova gestão sinaliza que está disposta a fazer, é fundamental a contratação de mais empregados, a começar pelos aprovados no concurso de 2014. Somente assim será possível reduzir a sobrecarga de trabalho, combater o adoecimento dos trabalhadores e melhorar o atendimento"
Luiza Hansen, dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e empregada da Caixa
Comunicação
Rita Serrano informou ainda que a nova gestão do banco está promovendo a democratização do sistema de comunicação da Caixa com medidas como, por exemplo, o retorno do espaço de comentários dos funcionários no Jornal da Caixa, que havia sido suspenso pelo ex-presidente Pedro Guimarães.
Diversidade e Inclusão
Outra iniciativa anunciada foi o programa Diversidade e Inclusão, que visa promover a equidade no ambiente de trabalho e combater a discriminação por raça, cor, gênero, orientação sexual ou deficiência.
Ações da Caixa
Foram apresentadas na reunião também uma série de ações realizadas nos dois primeiros meses de governo.
Entre elas, a abertura de 15 agências físicas, apoio para as vítimas da catástrofe provocada pelas fortes chuvas no litoral paulista; investimentos em projetos de sustentabilidade; programa de apoio para moradoras de favelas, que deve alcançar 50 mil mulheres; programa voltado aos povos indígenas, que vai beneficiar cerca de dez mil famílias; e a reestruturação dos programas Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida.
Por fim, Rita Serrano assegurou aos representantes dos empregados que a Caixa não mais venderá ativos, prática utilizada pela última gestão para fatiar e privatizar o banco.